Catecismo da Igreja Católica

ÍNDICE ANALÍTICO

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Z

ESPÍRITO SANTO

E

Dons

Cristo

Igreja

Economia da Salvação

Nomes

Maria

Promessa profética

Símbolos

 

E.27.28 Símbolos do Espírito Santo

E.27.28.1 Água

§694 A água. O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se torna a sinal sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação de nosso primeiro nascimento se operou na água, da mesma forma também a água batismal significa realmente que nosso nascimento para, a vida divina nos é dado no Espírito Santo Mas "batizados em um só Espírito" também "bebemos de um só Espírito" (1Cor 12,13): o Espírito é, pois também pessoalmente a água viva que jorra de Cristo crucificado como de sua fonte e que em nós jorra em Vida Eterna.

§1137 O Apocalipse de São João, lido na liturgia da Igreja, revela-nos primeiramente "um trono no céu e, no trono, alguém sentado": "o Senhor Deus" (Is 6,1). Em seguida, o Cordeiro, "imolado e de pé" (Ap 5,6): Cristo crucificado e ressuscitado, o único sumo sacerdote do verdadeiro santuário, o mesmo "que oferece e é oferecido, que dá e que é dado". Finalmente, "o rio de água da vida (...) que saía do trono de Deus e do Cordeiro" (Ap 22,1), um dos mais belos símbolos do Espírito Santo

§2652 O Espírito Santo é "a água viva" que, no coração orante, "jorra para a Vida eterna". É Ele que nos ensina a haurir essa água na própria fonte: Cristo. Ora, existem na vida cristã fontes em que Cristo nos espera para nos dessedentar com o Espírito Santo.

E.27.28.2 Dedo de Deus

§700 O dedo. "E pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios." Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra "pelo dedo de Deus" (Ex 31,18), a "letra de Cristo", entregue aos cuidados dos apóstolos" é escrita com o Espírito de Deus vivo não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações" (2Cor 3,3). O hino "Veni, Creator Spiritus" (Vem, Espírito criador) invoca o Espírito Santo como "dedo da direita paterna" (digitus paternae dexterae).

E.27.28.3 Fogo

§696 O fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo O profeta Elias, que "surgiu como um fogo cuja palavra queimava como uma tocha" (Eclo 48,1), por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo que transforma o que toca. João Batista, que caminha diante do Senhor com o espírito e o poder de Elias" (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que "batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá "Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas "que se diriam de fogo" o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. A tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo Não extingais o Espírito" (1Ts 5,19).

§697 A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo Desde as teofanias do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo. Ora, estas figuras são cumpridas por Cristo no Santo Espírito Santo. É este que paira sobre a Virgem Maria e a cobre "com sua sombra", para que ela conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é ele que "sobrevêm na nuvem que toma" Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João "debaixo de sua sombra"; da Nuvem sai uma voz que diz: "Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre" (Lc 9,34-35). É finalmente essa Nuvem que "subtrai Jesus aos olhos" dos discípulos no dia da Ascensão e que o revelará Filho do Homem em sua glória no Dia de sua Vinda.

E.27.28.4 Luz

§699 A mão. E impondo as mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as criancinhas. Em nome dele, os apóstolos farão o mesmo. Melhor ainda: é pela imposição das mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado. A Epístola aos Hebreus inclui a imposição das mãos entre os "artigos fundamentais" de seu ensinamento. A Igreja conservou este sinal da efusão onipotente do Espírito Santo em suas epicleses sacramentais.

E.27.28.5 Nuvens

§555 Por um instante, Jesus mostra sua glória divina, confirmando, assim, a confissão de Pedro. Mostra também que, para "entrar em sua glória" (Lc 24,26), deve passar pela Cruz em Jerusalém. Moisés e Elias haviam visto a glória de Deus sobre a Montanha; a Lei e os profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A Paixão de Jesus é sem dúvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus. A nuvem indica a presença do Espírito Santo: "Tota Trinitas apparuit: Pater in voce; Filius in homine, Spiritus in nube clara - A Trindade inteira apareceu: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem clara":

Vós vos transfigurastes na montanha e, porquanto eram capazes, vossos discípulos contemplaram vossa Glória, Cristo Deus, para que, quando vos vissem crucificado, compreendessem que vossa Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que vós sois verdadeiramente a irradiação do Pai.

§697 A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo Desde as teofanias do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo. Ora, estas figuras são cumpridas por Cristo no Santo Espírito Santo. É este que paira sobre a Virgem Maria e a cobre "com sua sombra", para que ela conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é ele que "sobrevêm na nuvem que toma" Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João "debaixo de sua sombra"; da Nuvem sai uma voz que diz: "Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre" (Lc 9,34-35). É finalmente essa Nuvem que "subtrai Jesus aos olhos" dos discípulos no dia da Ascensão e que o revelará Filho do Homem em sua glória no Dia de sua Vinda.

E.27.28.6 Pomba

§535 A vida pública de Jesus tem início com seu Batismo por João no rio Jordão. João Batista proclamava "um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados" (Lc 3,3). Uma multidão de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vem fazer-se batizar por ele. Jesus aparece, o Batista hesita, mas Jesus insiste. E Ele recebe o Batismo. Então o Espírito Santo, sob forma de pomba, vem sobre Jesus, e a voz do céu proclama: "Este é o meu Filho bem-amado" (Mt 3,13-17). É a manifestação ("Epifania") de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus.

§701 A pomba. No fim do dilúvio (cujo simbolismo está ligado ao batismo), a pomba solta por Noé volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da água de seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece. O Espírito desce e repousa no coração purificado dos batizados. Em certas igrejas, a santa Reserva eucarística é conservada em um recipiente metálico em forma de pomba (o columbarium) suspenso acima do altar. O símbolo da pomba para sugerir o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã.

E.27.28.7 Selo

§698 O selo é um símbolo próximo ao da unção. Com efeito, é Cristo que "Deus marcou com seu selo" (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com seu selo. Por indicar o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem, a imagem do selo ("sphragis") tem sido utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o "caráter" indelével impresso por estes três sacramentos que não podem ser reiterados.

§1295 Por esta unção, o confirmando recebe "a marca", o seio do Espírito Santo O selo é o símbolo da pessoa, sinal de sua autoridade, de sua propriedade sobre um objeto - assim, os soldados eram marcados com o selo de seu chefe, e os escravos, com o de seu proprietário; o selo autentica um ato jurídico ou um documento e o torna eventualmente secreto.

§1296 Cristo mesmo se declara marcado com o selo de seu Pai. Também o cristão está marcado por um selo: "Aquele que nos fortalece convosco em Cristo e nos dá a unção é Deus, o qual nos marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito" (2Cor 1,21-22; Cf Ef 1,13; 4,30). Este selo do Espírito Santo marca a pertença total a Cristo, o colocar-se a seu serviço, para sempre, mas também a promessa da proteção divina na grande provação escatológica.

E.27.28.8 Unção

§695 A unção. O simbolismo da unção com óleo também é significativo do Espírito Santo, a ponto de tomar-se sinônimo dele. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação, chamada com acerto nas Igrejas do Oriente de "crismação". Mas, para perceber toda a força deste simbolismo, há que retomar à unção primeira realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo ("Messias" a partir do hebraico) significa "Ungido" do Espírito de Deus. Houve "ungidos" do Senhor na Antiga Aliança de modo eminente o rei Davi. Mas Jesus é o Ungido de Deus de uma forma única: a humanidade que o Filho assume é totalmente "ungida do Espírito Santo". Jesus é constituído "Cristo" pelo Espírito Santo A Virgem Maria concebe Cristo do Espírito Santo, que pelo anjo o anuncia como Cristo por ocasião do nascimento dele e leva Simeão a vir ao Templo para ver o Cristo do Senhor; é Ele que plenifica o Cristo é o poder dele que sai de Cristo em seus atos de cura e de salvação. É finalmente Ele que ressuscita Jesus dentre os mortos. Então, constituído plenamente "Cristo" em sua Humanidade vitoriosa da morte, Jesus difunde em profusão o Espírito Santo até "os santos" constituírem, em sua união com a Humanidade do Filho de Deus, "esse Homem perfeito... que realiza a plenitude de Cristo" (Ef 4, 13): "o Cristo total", segundo a expressão de Santo Agostinho.

 

Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos