Catecismo da Igreja Católica

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 L.15 LOUVOR(ES) vide também Liturgia

L.15.1 Beleza da criação e hino de louvor

§32 O mundo: a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo.

São Paulo afirma a respeito dos pagãos: "O que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível - seu eterno poder e sua divindade - tornou-se inteligível desde a criação do mundo através das criaturas" (Rm 1,19-20).

E Santo Agostinho: "Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu... interroga todas estas realidades. Todas elas te respondem: olha-nos, somos belas. Sua beleza é um hino de louvor (confessio). Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo (Pulcher, pronuncie "púlquer"), não sujeito à mudança?"

L.15.2 Bênçãos de louvor

§1081 As bênçãos divinas manifestam-se em eventos impressionantes e salvadores: o nascimento de Isaac, a saída do Egito (Páscoa e Êxodo), o dom da Terra Prometida, a eleição de Davi, a presença de Deus no templo, o exílio purificador e o retomo de um "pequeno resto". A lei, os profetas e os salmos, que tecem a liturgia do povo eleito, lembram essas bênçãos divinas e ao mesmo tempo lhes respondem mediante as bênçãos de louvor e de ação de graças.

§1671 AS DIVERSAS FORMAS DE SACRAMENTAIS Entre os sacramentais, figuram em primeiro lugar as bênção (de pessoas, da mesa, de objetos e lugares). Toda bênção é louvor Deus e pedido para obter seus dons. Em Cristo, os cristãos abençoados por Deus, o Pai "de toda a sorte de bênçãos espirituais" (Ef 1,3). E por isso que a Igreja dá a bênção invocando o nome de Jesus e fazendo habitualmente o sinal sagrado da cruz de Cristo.

L.15.3 Cousas temporais e louvor do Criador

§898 "É especifico dos leigos, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus... A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, as quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para o louvor do Criador e Redentor."

§1670 Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos, mas, pela oração da Igreja preparam para receber a graça e dispõem à cooperação com ela. "Para os fiéis bem-dispostos, quase todo acontecimento vida é santificado pela graça divina que flui do mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, do qual todos os sacramentos e sacramentais adquirem sua eficácia. E quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar a Deus.

L.15.4 Eucaristia louvor e ação de graças ao Pai

§358 Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado, para servir e amar a Deus e oferecer-lhe toda a criação:

Quem é, pois, o ser que vai vir à existência cercado de tal consideração? E o homem, grande e admirável figura viva, mais precioso aos olhos de Deus do que a criação inteira: é o homem, é para ele que existem o céu e a terra e o mar e a totalidade da criação, e é à salvação dele que Deus atribuiu tanta importância que nem sequer poupou seu Filho único em seu favor. Pois Deus não cessou de tudo empreender para fazer o homem subir até ele e fazê-lo sentar-se à sua direita.

§359 "Na realidade o mistério do homem só se torna claro verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado."

São Paulo ensina-nos que dois homens estão na origem do gênero humano: Adão e Cristo... "O primeiro Adão", diz ele, "foi criado como um ser humano que recebeu a vida; o segundo é um ser espiritual que dá a vida." O primeiro foi criado pelo segundo, de quem recebeu a alma que o faz viver... O segundo Adão estabeleceu sua imagem no primeiro Adão quando o modelou. E assim se revestiu da natureza deste último e dele recebeu o nome, a fim de não deixar perder aquilo que havia feito à sua imagem. Primeiro Adão, segundo Adão: o primeiro começou, o segundo não acabará. Pois o segundo é verdadeiramente o primeiro, como ele mesma disse: "Eu sou o Primeiro e o último"

§360 Graças à Origem comum, o gênero humano forma uma unidade. Pois Deus "de um só fez toda a raça humana" (At 1 7,26):

Maravilhosa visão que nos faz contemplar o gênero humano na unidade de sua origem em Deus...; na unidade de sua natureza, composta igualmente em todos de um corpo material e de uma alma espiritual; na unidade de seu fim imediato e de sua missão no mundo; na unidade de seu hábitat: a terra, de cujos bens todos os homens, por direito natural, podem usar para sustentar e desenvolver a vida; na unidade de seu fim sobrenatural: Deus mesmo, ao qual todos devem tender; na unidade dos meios para atingir este fim;... na unidade do seu resgate, realizado em favor de todos por Cristo.

§361 "Esta lei de solidariedade humana e de caridade", sem excluir a rica variedade das pessoas, das culturas e dos povos, nos garante que todos os homens são verdadeiramente irmãos.

L.15.5 Louvor a Deus

§1138 "Recapitulados" em Cristo, participam do serviço do louvor a Deus e da realização de seu desígnio: as potências celestes, a criação inteira (os quatro viventes), os servidores da antiga e da nova aliança (os vinte e quatro anciãos), o novo povo de Deus (os cento e quarenta e quatro mil), em especial os mártires "imolados por causa da Palavra de Deus" (Ap 6,9) e a Santa Mãe de Deus (a mulher; a Esposa do Cordeiro), e finalmente "uma multidão imensa, impossível de se enumerar, de toda nação, raça, povo e língua" (Ap 7,9).

§2171 Deus confiou o sábado a Israel, para que ele pudesse guardá-lo em sinal da aliança inquebrantável. O sábado é, para o Senhor, santamente reservado ao louvor de Deus, de sua obra de criação e de suas ações salvíficas em favor de Israel.

§2513 As artes, mas sobretudo a arte sacra, têm em vista, "por natureza, exprimir de alguma forma nas obras humanas a beleza infinita de Deus e procuram aumentar seu louvor e sua glória na medida em que não tiverem outro propósito senão o de contribuir poderosamente para encaminhar os corações humanos a Deus."

L.15.6 Oração de louvor

§2098 A ORAÇÃO

Os atos de fé, de esperança e de caridade ordenados pelo primeiro mandamento cumprem-se na oração. A elevação do espírito para Deus é expressão da adoração que lhe rendemos: prece de louvor e de ação de graças, de intercessão e de súplica. A oração é uma condição indispensável para poder obedecer aos mandamentos de Deus. "É preciso orar sempre. sem jamais esmorecer" (Lc 18,1).

§A oração de louvor

2639 O louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus! Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele É. Participa da bem-aventurança dos corações puros que o amam na fé antes de o verem na Glória. Por ela, o Espírito se associa nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus, dando testemunho ao Filho único, em quem somos adotados e por quem glorificamos o Pai. O louvor integra as outras formas de oração e as levar Àquele que é sua fonte e termo final: "O único Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos feitos" (1 Cor 8,6).

§2640 São Lucas menciona muitas vezes em seu Evangelho a admiração e o louvor diante das maravilhas de Cristo. Chama a atenção também para as ações do Espírito Santo, que são os Atos dos Apóstolos: a comunidade de Jerusalém , o paralítico curado por Pedro e João, a multidão que com isso glorifica a Deus e os pagãos da Pisídia que, "alegres, glorificam a Palavra do Senhor" (At 13,).

§2641 Recitai uns com os outros "salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando o Senhor em vosso coração" (Ef 5,19). Como os escritores do Novo Testamento, as primeiras comunidades cristãs relêem o livro dos Salmos, cantando nele o Mistério de Cristo. Na novidade do Espirito, elas compõem também hinos e cânticos a partir do Acontecimento inaudito que Deus realizou em seu Filho: a Encarnação, a Morte vitoriosa da morte, a Ressurreição e Ascensão à sua direita. É dessa "maravilha" de toda a economia da salvação que brota a doxologia, o louvor de Deus.

§2642 A Revelação "daquilo que deve acontecer em breve", o Apocalipse, é comunicada pelos cânticos da Liturgia celeste, mas também pela intercessão das "testemunhas" (mártires) Os profetas e os santos, todos os que foram degolados na terra em testemunho de Jesus, a multidão imensa daqueles que, vindos da grande tribulação, nos precederam no Reino, cantam o louvor de glória daquele que está sentado no Trono e do Cordeiro. Em comunhão com eles, a Igreja da terra canta também esses cânticos, na fé e na provação. No pedido e na intercessão, a fé espera contra toda esperança e dá graças ao "Pai das luzes, do qual desce toda dádiva perfeita". A fé é assim um puro louvor.

§2643 A Eucaristia contém e exprime todas as formas de oração. É "a oferenda pura" de todo o Corpo de Cristo "para a glória de seu Nome"; segundo as tradições do Oriente e do Ocidente, ela é "o sacrifício de louvor".

L.15.7 Salmos e louvor

Os Salmos, oração da assembléia

§2585 Desde Davi até a vinda do Messias, os Livros Sagrados contêm textos de oração que atestam o aprofundamento cada vez maior da oração por si mesmo e pelos outros. Os salmos foram pouco a pouco reunidos numa coletânea de cinco livros: os Salmos (ou "Louvores"), obra-prima da oração no Antigo Testamento.

§2589 Os Salmos são marcados por características constantes: a simplicidade e a espontaneidade da oração, o desejo do próprio Deus através de e com tudo o que é bom em sua criação, a situação desconfortável do crente que, em seu amor preferencial ao Senhor, está exposto a uma multidão de inimigos e tentações e, na expectativa do que fará o Deus fiel, a certeza de seu amor e a entrega à sua vontade. A oração dos Salmos é sempre motivada pelo louvor, e por isso o título desta coletânea convém perfeitamente ao que ela nos oferece: "Os Louvores". Feita para o culto da Assembléia, ela anuncia o convite à oração e canta-lhe a resposta: "Hallelu-Ya"! (Aleluia), "Louvai o Senhor"!

Haverá algo melhor do que um Salmo? É por isso que Davi diz muito acertadamente: "Louvai o Senhor, pois o Salmo é uma coisa boa: a nosso Deus, louvor suave e belo!" E é verdade. Pois o Salmo é bênção pronunciada pelo povo, louvor de f pela assembléia, aplauso de todos, palavra dita pelo universo voz da Igreja, melodiosa profissão de fé.

L.15.8 Significação do louvor

§2639 A oração de louvor

O louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus! Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele É. Participa da bem-aventurança dos corações puros que o amam na fé antes de o verem na Glória. Por ela, o Espírito se associa nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus, dando testemunho ao Filho único, em quem somos adotados e por quem glorificamos o Pai. O louvor integra as outras formas de oração e as levar Àquele que é sua fonte e termo final: "O único Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos feitos" (1 Cor 8,6).

L.15.9 Vida consagrada aos louvores de Deus

§920 Embora nem sempre professem publicamente os três conselhos evangélicos, os eremitas, "por uma separação mais rígida do mundo, pelo silêncio da solidão, pela assídua oração e penitência, consagram a vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo.

§2687 Muitos religiosos consagraram toda a vida à oração. Desde o deserto do Egito, eremitas, monges e monjas consagraram seu tempo ao louvor de Deus e à intercessão por seu povo. A vida consagrada não se mantém e não se propaga sem a oração; esta é uma das fontes vivas da contemplação e da vida espiritual na Igreja.

Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos