ÍNDICE ANALÍTICO
E.2 ECONOMIA DA SALVAÇÃO
E.2.1 Ameaças de perversão para a Economia divina
§57 Esta ordem ao mesmo tempo cósmica, social e religiosa da pluralidade das nações destina-se a limitar o orgulho de uma humanidade decaída que unânime em sua perversidade, gostaria de construir por si mesma sua unidade à maneira de Babel. Contudo, devido ao pecado, o politeísmo, assim como a idolatria da nação e de seu chefe, constitui uma contínua ameaça de perversão pagã para essa Economia provisória.
E.2.2 Caráter definitivo da Economia da salvação
§66 "A Economia cristã, portanto, como aliança nova e definitiva, jamais passará, e já não há que esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo". Todavia, embora a Revelação esteja terminada, não está explicitada por completo; caberá à fé cristã captar gradualmente todo o seu alcance ao longo dos séculos.
E.2.3 Economia da criação e da salvação na oração de Jesus
§2604 A segunda oração é referida por São João antes da ressurreição de Lázaro. A ação de graças precede o acontecem-to: "Pai, eu te dou graças por me teres ouvido", o que implica que o Pai escuta sempre seu pedido, e Jesus logo acrescenta: "Eu sabia que sempre me ouves". Isso implica que, de sua parte, Jesus pede de modo constante. Dessa forma, motivada pela ação de graças, a oração de Jesus nos revela como pedir: Antes que o dom seja feito, Jesus adere Àquele que nos dá seus dons. O Doador é mais precioso do que o dom concedido, Ele é o "Tesouro", e nele é que está o coração de seu Filho; o dom é dado "por acréscimo".
A oração "sacerdotal" de Jesus ocupa um lugar único na economia da salvação. Será meditada no final da primeira seção. Revela com efeito a oração sempre atual de nosso Sumo Sacerdote e, ao mesmo tempo, contém o que Ele nos ensina em nossa oração a nosso Pai, que será desenvolvida na segunda seção.
§2606 Todas as misérias da humanidade de todos os tempos, escrava do pecado e da morte, todos os pedidos e intercessões história da salvação estão recolhidos neste Grito do Verbo encarnado. Eis que o Pai os acolhe e, indo além de todas as esperanças, ouve-os, ressuscitando seu Filho. Dessa forma se realiza e se consuma o evento da oração na Economia da criação e da salvação. Sua chave de interpretação nos é dada pelo Saltério em Cristo. E no Hoje da Ressurreição que o Pai diz: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede, e eu te darei as nações como herança, os confins da terra como propriedade!"
A Epístola aos Hebreus exprime em termos dramáticos como a oração de Jesus opera a vitória da salvação. "É ele que, nos dias de sua vida terrestre, apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte; e foi atendido por causa de sua submissão. E, embora fosse Filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento; e, levado à perfeição, se tomou para todos os que lhe obedecem princípio de salvação eterna" (1 Hb 5,7-9)
§2746 Quando chega sua Hora, Jesus ora ao Pai. Sua oração, a mais longa transmitida pelo Evangelho, abarca toda a economia da criação e da salvação, como sua Morte e Ressurreição. A oração da Hora de Jesus é sempre a sua, assim como sua Páscoa, acontecida "uma vez por todas", estará sempre presente na Liturgia de sua Igreja.
§2758 A oração da Hora de Jesus, chamada com propriedade "oração sacerdotal, recapitula toda a Economia da criação e da salvação e inspira os grandes pedidos do "Pai-Nosso".
E.2.4 Economia da Lei e da graça libertadora do coração humano
§2541 A economia da lei e da graça desvia o coração dos homens ambição e da inveja e o inicia no desejo do Sumo Bem; instrui-o nos desejos do Espírito Santo, que sacia o coração do homem.
O Deus das promessas desde sempre advertiu o homem contra a sedução daquilo que, desde as origens, aparece como "bom ao apetite, agradável aos olhos, desejável para adquirir ciência" (cf. Gn 3,6).
E.2.5 Economia da revelação concretizada em acontecimentos e palavras
§1103 A anamnese. A celebração litúrgica refere-se sempre às intervenções salvíficas de Deus na história. "A economia da revelação concretiza-se por meio das ações e das palavras intimamente interligadas.(...) As palavras proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido." Na liturgia da palavra, o Espírito Santo "recorda" à assembléia tudo o que Cristo fez por nós. Segundo a natureza das ações litúrgicas e as tradições rituais das Igrejas, uma celebração "faz memória" das maravilhas de Deus em uma anamnese mais ou menos desenvolvida. O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia).
E.2.6 Economia dos sacramentos
vide também Sacramento(s)E.2.7 Fins da Economia divina
§122 Com efeito, "a Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos". "Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias", os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus: "Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o mistério de nossa salvação"
§260 O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade. Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama - diz o Senhor -, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23):
Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e pacifica, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério! Pacificai a minha alma! Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso. Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação criadora.
E.2.8 Início da Economia da salvação
§56 Desfeita a unidade do gênero humano pelo pecado, Deus procura antes de tudo salvar a humanidade passando por cada uma de suas partes. A Aliança com Noé depois do dilúvio exprime o princípio da Economia divina para com as "nações", isto é, para com os homens agrupados "segundo seus países, cada um segundo sua língua, e segundo seus clãs" (Gn 10.5)
§489 Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será vitoriosa sobre o Maligno e a de ser a mãe de todos os viventes Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada. Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o era tido como impotente e fraco para mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe de Samuel, Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria "sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia"
§705 Desfigurado pelo pecado e pela morte, o homem continua sendo "à imagem de Deus", à imagem do Filho, mas é "privado da Glória de Deus", privado da "semelhança". A promessa feita a Abraão o inaugura a Economia da salvação, no fim da qual o próprio Filho assumirá "a imagem" e a restaurará na "semelhança" com o Pai, restituindo-lhe a Glória, o Espírito "que dá a vida".
E.2.9 Oração e Economia da salvação
§2850 O último pedido ao nosso Pai aparece também na oração de Jesus: "Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno" (Jo 17,15). Diz respeito a cada um de nós pessoalmente, mas somos sempre "nós" que rezamos em comunhão com toda a Igreja e pela libertação de toda a família humana. A Oração do Senhor não cessa de abrir-nos para as dimensões da economia da salvação. Nossa interdependência no drama do pecado e da morte se transforma em solidariedade no Corpo de Cristo, na "comunhão dos santos".
E.2.10 Toda economia divina obra das Três pessoas
§258 Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação. "O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só princípio". Contudo cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo sua propriedade pessoal. Assim a Igreja confessa, na linha do Novo Testamento: "Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo mediante o qual são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas". São sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas.
§259 Obra ao mesmo tempo comum e pessoal, toda a Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas divinas como sua única natureza. Outrossim, toda a vida cristã é comunhão com cada uma das pessoas divinas, sem de modo algum separá-las. Quem rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o Pai atrai e o Espírito o impulsiona.
§1066 No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o mistério da Santíssima Trindade e seu "desígnio benevolente" (Ef 1,9) sobre toda a criação: o Pai realiza o "mistério de sua vontade" entregando seu Filho bem-amado e seu Espírito para a salvação do mundo e para a glória de seu nome. Este é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um plano, uma "disposição" sabiamente ordenada que São Paulo denomina "a realização do mistério" (Ef 3,9) e que a tradição patrística chamará de "Economia do Verbo Encarnado" ou "a Economia da Salvação".
Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos