Catecismo da Igreja Católica
ÍNDICE
ANALÍTICO
L.13 LITURGIA
L.13.1 Anjos
na liturgia
§335 Em sua Liturgia, a Igreja se
associa aos anjos para adora o Deus três vezes Santo; ela invoca a sua
assistência (assim em In Paradisum deducant te Angeli... - Para o Paraíso te
levem os anjos, da Liturgia dos defuntos, ou ainda no "hino querubínico"
da Liturgia bizantina). Além disso, festeja mais particularmente a memória de
certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael, os anjos da guarda).
L.13.2 Fins
da liturgia
§1068 E este mistério de Cristo que
a Igreja anuncia e celebra em sua liturgia, a fim de que os fiéis vivam e dêem
testemunho dele no mundo: Com efeito, a liturgia, pela qual, principalmente no
divino sacrifício da Eucaristia, "se exerce a obra de nossa
redenção", contribui do modo mais excelente para que os fiéis, em sua vida,
exprimam e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da
verdadeira Igreja.
L.13.3 Igreja
lugar próprio da oração litúrgica
§2691 Lugares favoráveis à oração
A Igreja, casa de Deus, é o lugar próprio para a oração litúrgica da
comunidade paroquial. E também o lugar privilegiado da adoração da presença
real de Cristo no Santíssimo Sacramento. A escolha de um lugar favorável é
importante para a verdade da oração:
* para a oração pessoal, pode ser um "recanto de oração", com
as Sagradas Escrituras e imagens sagradas, para aí estar "no segredo"
diante do Pai. Numa família cristã, essa espécie de peque no oratório favorece
a oração em comum;
* nas regiões onde existem mosteiros, a vocação dessas comunidades é
favorecer a partilha da Oração das Horas com os fiéis e permitir a solidão
necessária a uma oração pessoal mais intensa;
* as peregrinações evocam nossa caminhada pela terra em direção ao céu.
São tradicionalmente tempos fortes de renovação da oração. Os santuários são
para os peregrinos, em busca de suas fontes vivas, lugares excepcionais para
viver "como Igreja" as formas da oração cristã.
§2695 Os ministros ordenados, a
vida consagrada, a catequese, os grupos de oração e a "direção
espiritual" garantem na Igreja uma ajuda à oração.
L.13.4 Liturgia
celeste
§1090... QUE PARTICIPA DA LITURGIA CELESTE... "Na liturgia
terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que se celebra na
cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos.
Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do
tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um
hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer
parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo,
até que ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com ele na glória."
§1137 OS CELEBRANTES DA LITURGIA CELESTE O apocalipse de São João, lido na
liturgia da Igreja, revela-nos primeiramente "um trono no céu e, no trono,
alguém sentado": "o Senhor Deus" (Is 6,1). Em seguida, o
Cordeiro, "imolado e de pé" (Ap 5,6): Cristo crucificado e
ressuscitado, o único sumo sacerdote do verdadeiro santuário, o mesmo "que
oferece e é oferecido, que dá e que é dado". Finalmente, "o rio de
água da vida (...) que saía do trono de Deus e do Cordeiro" (Ap 22,1), um
dos mais belos símbolos do Espírito Santo
§1138 "Recapitulados" em
Cristo, participam do serviço do louvor a Deus e da realização de seu desígnio:
as potências celestes, a criação inteira (os quatro viventes), os servidores da
antiga e da nova aliança (os vinte e quatro anciãos), o novo povo de Deus (os
cento e quarenta e quatro mil), em especial os mártires "imolados por
causa da Palavra de Deus" (Ap 6,9) e a Santa Mãe de Deus (a mulher; a
Esposa do Cordeiro), e finalmente "uma multidão imensa, impossível de se
enumerar, de toda nação, raça, povo e língua" (Ap 7,9).
§1139 É dessa liturgia eterna que O
Espírito e a Igreja nos fazem participar quando celebramos o mistério da
salvação nos sacramentos.§1326
L.13.5 Liturgia
da palavra
§1103 A anamnese. A celebração
litúrgica refere-se sempre às intervenções salvíficas de Deus na história.
"A economia da revelação concretiza-se por meio das ações e das palavras
intimamente interligadas.(...) As palavras proclamam as obras e elucidam o
mistério nelas contido." Na liturgia da palavra, o Espírito Santo
"recorda" à assembléia tudo o que Cristo fez por nós. Segundo a
natureza das ações litúrgicas e as tradições rituais das Igrejas, uma
celebração "faz memória" das maravilhas de Deus em uma anamnese mais
ou menos desenvolvida. O Espírito Santo, que desperta assim a memória da
Igreja, suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia).
§1154 A liturgia da palavra é parte
integrante das celebrações sacramentais. Para alimentar a fé dos fiéis, os
sinais da Palavra de Deus precisam ser valorizados: o livro da palavra
(lecionário ou evangeliário), sua veneração (procissão, incenso, luz), o lugar
de onde é anunciado (ambão), sua leitura audível e inteligível, a homilia do
ministro que prolonga sua proclamação, as respostas da assembléia (aclamações,
salmos de meditação, ladainhas, profissão de fé...).
§1346 A liturgia da Eucaristia
desenrola-se segundo uma estrutura fundamental que se conservou ao longo dos
séculos até nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma
unidade básica:* a convocação, a Liturgia da Palavra, com as leituras,
* a homilia e a oração universal;
* a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de
graças consecratória e a comunhão.
Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas "um só
e mesmo ato do culto"; com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia
é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor .
§1349 A liturgia da Palavra
comporta "os escritos dos profetas", isto é, o Antigo Testamento, e
"as memórias dos Apóstolos", isto é, as epístolas e os Evangelhos;
depois da homilia, que exorta a acolher esta palavra como ela verdadeiramente
é, isto é, como Palavra de Deus, e a pô-la em prática, vêm as intercessões por
todos os homens, de acordo com a palavra do Apóstolo: "Eu recomendo, pois,
antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por
todos os homens, pelos reis e todos os que detêm a autoridade" (1Tm
2,1-2).
§2183 "Por falta de ministro
sagrado ou por outra causa grave, se a participação na celebração eucarística
se tornar impossível, recomenda-se vivamente que os fiéis participem da
liturgia da Palavra, se houver, na igreja paroquial ou em outro lugar sagrado,
celebrada segundo as prescrições do Bispo diocesano, ou então se dediquem à
oração durante um tempo conveniente, a sós ou em família, ou em grupos de
famílias, de acordo com a oportunidade."
L.13.6 Liturgia
hebraica e cristã
§1096 Liturgia judaica e liturgia
cristã. Um conhecimento mais aprimorado da fé e da vida religiosa do povo
judaico, tais como são professadas e vividas ainda hoje, pode ajudar a
compreender melhor certos aspectos da liturgia cristã. Para os judeus e para os
cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte essencial de suas liturgias: para a
proclamação da Palavra de Deus, a resposta a esta palavra, a oração de louvor e
de intercessão pelos vivos e pelos mortos, o recurso à misericórdia divina. A
Liturgia da palavra, em sua estrutura própria, tem sua origem na oração
judaica. A Oração das horas, bem como outros textos e formulários litúrgicos,
tem seus paralelos na oração judaica, o mesmo acontecendo com as próprias
fórmulas de nossas orações mais veneráveis, entre elas o Pai-Nosso. Também as
orações eucarísticas inspiram-se em modelos da tradição judaica. As relações
entre liturgia judaica e liturgia cristã mas também a diferença de seus
conteúdos são particularmente visíveis nas grandes festas do ano litúrgico, como
a Páscoa. Cristãos e judeus celebram a Páscoa; Páscoa da história, orientada
para o futuro, entre os judeus; Páscoa realizada na morte e na Ressurreição de
Cristo, entre os cristãos, ainda que sempre à espera da consumação definitiva.
L.13.7 Liturgia
pascal
§1217 Na liturgia da noite pascal,
quando da bênção da água batismal, a Igreja faz solenemente memória dos grandes
acontecimentos da história da salvação que já prefiguravam o mistério do
Batismo:
Ó Deus, pelos sinais visíveis dos sacramentos realizais maravilhas
invisíveis. Ao longo da história da salvação, vós vos servistes da água para
fazer-nos conhecer a graça do Batismo.
L.13.8 Liturgia
terrestre
§1088..
ESTÁ PRESENTE NA LITURGIA TERRESTRE... "Para levar a efeito tão grande
obra" a saber, a dispensação ou comunicação de sua obra de salvação"
Cristo está sempre presente em sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas.
Presente está no sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, pois 'aquele
que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se
ofereceu na cruz', quanto sobretudo sob as espécies eucarísticas. Presente está
por sua força nos sacramentos, a tal ponto que, quando alguém batiza, é Cristo
mesmo que batiza. Presente está por sua palavra, pois é ele mesmo quem fala
quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja. Presente está, finalmente,
quando a Igreja reza e salmodia, ele que prometeu: 'Onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles' (Mt 18,20)."
§1089 "Na realização de tão
grande obra, por meio da qual Deus é perfeitamente glorificado e os homens são
santificados, Cristo sempre associa a si a Igreja, sua esposa direitíssima, que
o invoca como seu Senhor e por ele presta culto ao eterno Pai.
L.13.9 Liturgias
orientais
§948 O termo "comunhão dos
santos" tem, pois, dois significados intimamente interligados:
"comunhão nas coisas santas (sancta)" e "comunhão entre as
pessoas santas (sancti)".
"Sancta sanctis!" (o que é santo para os que são santos): assim
proclama o celebrante na maioria das liturgias orientais no momento da elevação
dos santos dons, antes do serviço da comunhão. Os fiéis (sancti) são
alimentados pelo Corpo e pelo Sangue de Cristo (sancta), a fim de crescerem na
comunhão do Espírito Santo (Koinonia) comunicá-la ao mundo.
§1182 O altar da nova aliança é a
cruz do Senhor, da qual brotam os sacramentos do mistério pascal. Sobre o
altar, que é o centro da igreja, se faz presente o Sacrifício da Cruz sob os
sinais sacramentais. Ele é também a mesa do Senhor, para a qual o povo de Deus
é convidado. Em certas liturgias orientais, o altar é também o símbolo do
sepulcro (Cristo morreu de verdade e ressuscitou de verdade).
§1240 Na Igreja latina, esta
tríplice infusão é acompanhada das palavras do ministro: "N..., eu te
batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Nas liturgias
orientais, estando o catecúmeno voltado para o nascente, o ministro diz:
"O servo de Deus, N..., é batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo". E à invocação de cada pessoa da Santíssima Trindade o ministro
mergulha o candidato na água e o retira dela.
§1623 Segundo a tradição latina,
são os esposos que, como ministros da graça de Cristo, se conferem mutuamente o
sacramento do Matrimônio, expressando diante da Igreja seu consentimento. Nas
tradições das Igrejas Orientais, os sacerdotes, Bispos ou presbíteros, são
testemunhas do consentimento recíproco dos esposos, mas também é necessária a
bênção deles para a validade do sacramento.
L.13.10 Maria
na liturgia
§721 Maria, a Mãe de Deus toda
santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na
plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu
Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem
habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes
leu, com relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é
decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria".
Nela começam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito
vai realizar em Cristo e na Igreja.§721
L.13.11 Participação
na liturgia da Igreja
§1273 Incorporados Igreja pelo
Batismo, os fiéis receberam o caráter sacramental que os consagra para o culto
religioso cristão. O selo batismal capacita e compromete os cristãos a servirem
a Deus em uma participação viva na sagrada liturgia da Igreja e a exercerem seu
sacerdócio batismal pelo testemunho de uma vida santa e de uma caridade eficaz.
§1389 A Igreja obriga os fiéis
"a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos" e
a receber a Eucaristia pelo menos uma vez ao ano, se possível no tempo pascal,
preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas recomenda vivamente aos fiéis
que recebam a santa Eucaristia nos domingos e dias festivos, ou ainda com maior
freqüência, e até todos os dias.
L.13.12 Religiosidade
popular e liturgia
§1674 A RELIGIOSIDADE POPULAR Além
da liturgia sacramental e dos sacramentais, a catequese tem de levar em conta
as formas da piedade dos fiéis e da religiosidade popular. O senso religioso do
povo cristão encontrou, em todas as épocas, sua expressão em formas diversas de
piedade que circundam a vida sacramental da Igreja, como a veneração de
relíquias, visitas a santuários, peregrinações, procissões, via-sacra, danças
religiosas, o rosário, as medalhas etc.
§1675 Estas expressões prolongam a
vida litúrgica da Igreja, mas não a substituem: "Considerando os tempos
litúrgicos, estes exercícios devem ser organizados de tal maneira que condigam
com a sagrada liturgia, dela de alguma forma derivem, para ela encaminhem o
povo, pois que ela, por sua natureza, em muito os supera".
L.13.13 Significação
da palavra liturgia
§1069 A palavra
"liturgia" significa originalmente "obra pública",
"serviço da parte do povo e em favor do povo". Na tradição cristã.
ela quer significar que O povo de Deus toma parte na "obra de Deus".
Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja,
com ela e por ela, a obra de nossa redenção.
§1070 A palavra
"liturgia" no Novo Testamento é empregada para designar não somente a
celebração do culto divino, mas também o anúncio do Evangelho e a caridade em
ato. Em todas essas situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens. Na
celebração litúrgica, a Igreja é serva à imagem do seu Senhor, o único
"liturgo", participando de seu sacerdócio (culto) profético (anúncio)
e régio (serviço de caridade): Com razão, portanto, a liturgia é tida como o
exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais
sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a
santificação do homem, e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico
de Cristo, cabeça e membros. Disto se segue que toda a celebração litúrgica,
como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por
excelência, cuja eficácia, no mesmo titulo e grau, não é igualada por nenhuma
outra ação da Igreja. §1069 A
palavra "liturgia" significa originalmente "obra pública",
"serviço da parte do povo e em favor do povo". Na tradição cristã.
ela quer significar que O povo de Deus toma parte na "obra de Deus".
Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja,
com ela e por ela, a obra de nossa redenção.
§1070 A palavra
"liturgia" no Novo Testamento é empregada para designar não somente a
celebração do culto divino, mas também o anúncio do Evangelho e a caridade em
ato. Em todas essas situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens. Na
celebração litúrgica, a Igreja é serva à imagem do seu Senhor, o único
"liturgo", participando de seu sacerdócio (culto) profético (anúncio)
e régio (serviço de caridade): Com razão, portanto, a liturgia é tida como o
exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais
sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a
santificação do homem, e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico
de Cristo, cabeça e membros. Disto se segue que toda a celebração litúrgica,
como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por
excelência, cuja eficácia, no mesmo titulo e grau, não é igualada por nenhuma
outra ação da Igreja.
L.13.14 Celebração
litúrgica
L.13.14.1 Da
Confirmação
§1297 A CELEBRAÇÃO DA CONFIRMAÇÃO
Um momento importante que antecede a celebração da Confirmação, mas que, de
certo modo, faz parte dela, é a consagração do santo crisma. É o Bispo que, na
Quinta-feira Santa, durante a missa do crisma, consagra o santo crisma para
toda a sua diocese. Nas Igrejas do Oriente, esta consagração é até reservada ao
patriarca:
A liturgia de Antioquia exprime assim a epiclese da consagração do santo
crisma (mýron): [Pai... enviai o vosso Espírito Santo sobre nós e sobre este
óleo que está diante de nós e consagrai-o, a fim de que seja para todos os que
forem ungidos e marcados por ele: mýron santo, mýron sacerdotal, mýron régio,
unção de alegria, a veste da luz, o manto da salvação, o dom espiritual, a
santificação das almas e dos corpos, a felicidade imperecível, o selo indelével,
o escudo da fé e o capacete terrível contra todas as obras do adversário.
§1298 Quando a Confirmação é
celebrada em separado do Batismo, como ocorre no rito romano, a liturgia do
sacramento começa com a renovação das promessas do Batismo e com a profissão de
fé dos confirmandos. Assim aparece com clareza que a Confirmação se situa na
seqüência do Batismo. Quando um adulto é batizado, recebe imediatamente a
Confirmação e participa da Eucaristia [Cf CIC cânone 866.
§1299 No rito romano, o Bispo
estende as mãos sobre o conjunto dos confirmandos, gesto que, desde o tempo dos
Apóstolos, é o sinal do dom do Espírito. Cabe ao Bispo invocar a efusão do
Espírito:
Deus Todo-Poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela água e
pelo Espírito Santo fizestes renascer estes vossos servos, libertando-os do
pecado, enviai-lhes o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, Senhor, o espírito de
sabedoria e inteligência, o espírito de conselho e fortaleza, o espírito da
ciência e piedade - e enchei-os do espírito de vosso temor. Por Cristo Nosso
Senhor.
§1300 Segue-se o rito essencial do
sacramento. No rito latino, "o sacramento da Confirmação é conferido pela
unção do santo crisma na fronte, feita com a imposição da mão, e por estas
palavras: 'Accipe signaculun doni Spitus Sancti, 'N, recebe, por este sinal, o
selo do Espírito Santo, o dom de Deus. Nas Igrejas orientais de rito bizantino,
a unção do µvpov faz-se depois de uma oração de epiclese sobre as partes mais
significativas do corpo: a fronte, os olhos, o nariz, os ouvidos, os lábios, o
peito, as costas, as mãos e os pés, sendo cada unção acompanhada da fórmula:
": "Σφραγίς
δωρεάς
Пνεύματσς `Αγίου”,
", "Selo do dom do Espνrito Santo".
§1301 O ósculo da paz, que encerra
o rito do sacramento, significa e manifesta a comunhão eclesial com o Bispo e
com todos os fiéis.
§1321 Quando a Confirmação é
celebrada em separado do Batismo, sua vinculação com este e expressa, entre
outras coisas, pela renovação dos compromissos batismais. A celebração da
confirmação no decurso da Eucaristia contribui para sublinhar a unidade dos
sacramentos da iniciação cristã.
L.13.14.2 Da
Eucaristia
§1330 Memorial da Paixão e da
Ressurreição do Senhor. Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de
Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também santo sacrifício da
Missa, "sacrifício de louvor" (Hb 13,15), sacrifício espiritual,
sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança.
Santa e divina Liturgia, porque toda a liturgia da Igreja encontra seu
centro e sua expressão mais densa na celebração deste sacramento; é no mesmo
sentido que se chama também celebração dos Santos Mistérios. Fala-se também do
Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. Com esta
denominação designam-se as espécies eucarísticas guardadas no tabernáculo.
§1345 A celebração litúrgica da
Eucaristia A MISSA DE TODOS OS SÉCULOS Desde o século II temos o testemunho de
S. Justiço Mártir sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração
Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias para todas as
grandes famílias litúrgicas. Assim escreve, pelo ano de 155, para explicar ao
imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que os cristãos fazem:
"No dia 'do Sol', como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os
habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Lêem-se, na medida em que o
tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos
Profetas. Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para
aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos. A seguir,
pomo-nos todos de pé e elevamos nossas preces por nós mesmos (...) e por todos
os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos de fato justos por nossa vida
e por nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação
eterna.
Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo.
Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e de
vinho misturados.
Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do
Filho e do Espírito Santo e rende graças (em grego: eucharístia, que significa
'ação de graças' longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes
dons.
Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente
prorrompe numa aclamação dizendo: Amém
Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter
respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os que estão
presentes pão, vinho e água 'eucaristizados' e levam (também) aos
ausentes".
§1346 A liturgia da Eucaristia
desenrola-se segundo uma estrutura fundamental que se conservou ao longo dos
séculos até nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma
unidade básica:* a convocação, a Liturgia da Palavra, com as leituras,
* a homilia e a oração universal;
* a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de
graças consecratória e a comunhão.
Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas "um só
e mesmo ato do culto"; com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia
é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor .
§1347 Por acaso não é exatamente
esta a seqüência da Ceia Pascal de Jesus ressuscitado com seus discípulos?
Estando a caminho, explicou-lhes as Escrituras, e em seguida, colocando-se à
mesa com eles, "tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a
eles".
§1348A SEQÜÊNCIA DA CELEBRAÇÃO
Todos se reúnem. Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a Assembléia
Eucarística, encabeçados pelo próprio Cristo, que é o ator principal da
Eucaristia. Ele é o sumo sacerdote da Nova Aliança. É ele mesmo quem preside
invisivelmente toda Celebração Eucarística. É representando-o que o Bispo ou o
presbítero (agindo "em representação de Cristo-Cabeça") preside a
assembléia, toma a palavra depois das leituras, recebe as oferendas e profere a
oração eucarística. Todos têm sua parte ativa na celebração, cada um a seu
modo: os leitores, os que trazem as oferendas, os que dão a comunhão e todo o
povo, cujo Amém manifesta a participação.
§1349 A liturgia da Palavra
comporta "os escritos dos profetas", isto é, o Antigo Testamento, e
"as memórias dos Apóstolos", isto é, as epístolas e os Evangelhos;
depois da homilia, que exorta a acolher esta palavra como ela verdadeiramente
é, isto é, como Palavra de Deus, e a pô-la em prática, vêm as intercessões por
todos os homens, de acordo com a palavra do Apóstolo: "Eu recomendo, pois,
antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por
todos os homens, pelos reis e todos os que detêm a autoridade" (1Tm
2,1-2).
§1350 A apresentação das oferendas
(o ofertório): trazem-se então ao altar, por vezes em procissão, o pão e o
vinho que serão oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no Sacrifício
Eucarístico e ali se tornarão o Corpo e o Sangue de Cristo. Este é o próprio
gesto de Cristo na última ceia, "tomando pão e um cálice". "Esta
oblação, só a Igreja a oferece, pura, ao Criador, oferecendo-lhe com ação de
graças o que provém de sua criação. A apresentação das oferendas ao altar
assume o gesto de Melquisedec e entrega os dons do Criador nas mãos de Cristo.
E ele que, em seu sacrifício, leva à perfeição todos os intentos humanos de
oferecer sacrifícios.
§1351 Desde os inícios, os cristãos
levam, com o pão e o vinho para a Eucaristia, seus dons para repartir com os
que estão em necessidade. Este costume da coleta, sempre atual, inspira-se no
exemplo de Cristo que se fez pobre para nos enriquecer:
Os que possuem bens em abundância e o desejam, dão livremente o que lhes
parece bem, e o que se recolhe é entregue àquele que preside. Este socorre os
órfãos e viúvas e os que, por motivo de doença ou qualquer outra razão, se
encontram em necessidade, assim como os encarcerados e os imigrantes; numa
palavra, ele socorre todos os necessitados.
§1352 A anáfora. Com a Oração
Eucarística, oração de ação de graças e de consagração, chegamos ao coração e
ao ápice da celebração. No prefácio, a Igreja rende graças ao Pai, por Cristo,
no Espírito Santo, por todas as suas obras, pela criação, a redenção, a
santificação. Toda a comunidade junta-se então a este louvor incessante que a
Igreja celeste, os anjos e todos os santos cantam ao Deus três vezes santo.
§1353 Na epiclese ela pede ao Pai
que envie seu Espírito Santo (ou o poder de sua bênção) sobre o pão e o vinho,
para que se tornem, por seu poder, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, e para
que aqueles que tomam parte na Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito
(certas tradições litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese). No relato
da instituição, a força das palavras e da ação de Cristo e o poder do Espírito
Santo tornam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do vinho, o
Corpo e o Sangue de Cristo, seu sacrifício oferecido na cruz uma vez por todas.
§1354 Na anamnese que segue, a
Igreja faz memória da Paixão, da Ressurreição e da volta gloriosa de Cristo
Jesus; ela apresenta ao Pai a oferenda de seu Filho que nos reconcilia com ele.
Nas intercessões, a Igreja exprime que a Eucaristia é celebrada em
comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, dos vivos e dos falecidos, e na
comunhão com os pastores da Igreja, o Papa, o Bispo da diocese, seu presbitério
e seus diáconos, e todos os Bispos do mundo inteiro com suas igrejas.
§1355 Na comunhão, precedida pela
oração do Senhor e pela fração do pão, os fiéis recebem "o pão do
céu" e "o cálice da salvação", o Corpo e o Sangue de Cristo, que
se entregou "para a vida do mundo" (Jo 6,51):
Porque este pão e este vinho foram, segundo a antiga expressão,
"eucaristizados", "chamamos este alimento de Eucaristia, e a
ninguém é permitido participar na Eucaristia senão àquele que admitindo como
verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo Batismo para a
remissão dos pecados e para o novo nascimento, levar uma vida como Cristo
ensinou".
§1363 No sentido da Sagrada
Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos dos
acontecimento do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou
por todos os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos toma-os de
certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua
libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do
êxodo tomam-se presentes à memória dos crentes, para que estes conformem sua
vida a eles.
L.13.14.3 Da
Ordem
§1572 . A celebração deste
sacramento A celebração da ordenação de um Bispo, de presbíteros ou de
diáconos, devido à sua importância para a vida da Igreja particular, exige o
concurso do maior número possível de fiéis. Deverá realizar-se de preferência
num domingo e na catedral, com uma solenidade adaptada à circunstância. As três
ordenações - do Bispo, do padre e do diácono - seguem o mesmo movimento. Seu
lugar é no seio da Liturgia Eucarística.
§1573 O rito essencial do
sacramento da Ordem consta, para os três graus, da imposição das mãos pelo
Bispo sobre a cabeça do ordenando e da oração consagratória específica, que
pede a Deus a efusão do Espírito Santo e de seus dons apropriados ao ministério
para o qual o candidato é ordenado.
§1574 Como todos os sacramentos,
ritos anexos cercam a celebração. Variando consideravelmente nas diferentes
tradições litúrgicas, o que têm em comum é exprimir os múltiplos aspectos da
graça sacramental. Assim, os ritos iniciais no rito latino - a apresentação e a
eleição do ordinando, a alocução do Bispo, o interrogatório do ordinando, a
ladainha de todos os santos - atestam que a escolha do candidato foi feita de
conformidade com a prática da Igreja e preparam o ato solene da consagração,
depois da qual diversos ritos vêm exprimir e concluir, de maneira simbólica, o
mistério que acaba de consumar-se: para o Bispo e para o presbítero, a unção do
santo crisma, sinal da unção especial do Espirito Santo que torna fecundo seu
ministério; entrega do livro dos Evangelhos, do anel, da mitra e do báculo ao
bispo, em sinal de sua missão apostólica de anúncio da Palavra de Deus, de sua
fidelidade à Igreja, esposa de Cristo, de seu cargo de pastor do rebanho do
Senhor; entrega da patena e do cálice ao presbítero, "a oferenda do povo
santo" que ele deve apresentar a Deus; entrega do livro dos Evangelhos ao
diácono, que acaba de receber a missão de anunciar o Evangelho de Cristo.
§1597 O sacramento da Ordem é
conferido pela imposição das mãos, seguida de uma solene oração consecratória
que pede a Deus, para o ordenando, as graças do Espírito Santo, necessárias
para exercer seu ministério. A ordenação imprime um caráter sacramental
indelével.
L.13.14.4 Da
Penitência
§1480 A celebração do sacramento da
Penitência Como todos os sacramentos, a Penitência é uma ação litúrgica. São
estes ordinariamente os elementos da celebração: saudação e bênção do
sacerdote, leitura da Palavra de Deus para iluminar a consciência e suscitar a
contrição, exortação ao arrependimento; confissão que reconhece os pecados e os
manifesta ao padre; imposição e aceitação da penitência; absolvição do
sacerdote; louvor de ação de graças e despedida com a bênção do sacerdote.
§1481 A liturgia bizantina conhece
diversas fórmulas de absolvição, forma depreciativa, que exprimem
admiravelmente o mistério do perdão: "Que o Deus que pelo profeta Natã
perdoou a Davi, que confessou seus próprios pecados; a Pedro, quando chorou
amargamente; à prostituta, quando lavou seus pés com lágrimas; ao publicano e
ao filho pródigo, que esse mesmo Deus vos perdoe, por mim, pecador, nesta vida
e na outra, e vos faça comparecer em seu terrível tribunal sem vos condenar,
Ele que é bendito nos séculos dos séculos. Amém.
§1482 O sacramento da Penitência
também pode ter lugar no quadro de uma celebração comunitária, na qual as
pessoas se preparam juntas para a confissão e também juntas agradecem pelo
perdão recebido. Neste caso, a confissão pessoal dos pecados e a absolvição
individual são inseridas numa liturgia da Palavra de Deus, com leituras e
homilia, exame de consciência em comum, pedido comunitário de perdão, oração do
Pai-Nosso e ação de graças em comum. Esta celebração comunitária exprime mais
claramente o caráter eclesial da penitência. Mas, seja qual for o modo da
celebração, o sacramento da Penitência sempre é, por sua própria natureza, uma
ação litúrgica, portanto eclesial e pública.
§1483 Em casos de necessidade
grave, pode-se recorrer à celebração comunitária da reconciliação com confissão
e absolvição gerais. Esta necessidade grave pode apresentar-se quando há um
perigo iminente de morte sem que o ou os sacerdotes tenham tempo suficiente
para ouvir a confissão de cada penitente. A necessidade grave pode também
apresentar-se quando, tendo-se em vista o número dos penitentes, não havendo
confessores suficientes para ouvir devidamente as confissões individuais num
tempo razoável, de modo que os penitentes, sem culpa de sua parte, se veriam
privados durante muito tempo da graça sacramental ou da sagrada Eucaristia.
Nesse caso, os fiéis devem ter, para a validade da absolvição, o propósito de
confessar individualmente seus pecados graves no devido tempo. Cabe ao Bispo
diocesano julgar se os requisitos para a absolvição geral existem. Um grande
concurso de fiéis por ocasião das grandes festas ou de peregrinação não
constitui caso de tal necessidade grave.
§1484 "A confissão individual
e integral seguida da absolvição continua sendo o único modo ordinário pelo
qual os fiéis se reconciliam com Deus e com a Igreja, salvo se uma
impossibilidade física ou moral dispensar desta confissão." Há razões
profundas para isso. Cristo age em cada um dos sacramentos. Dirige-se pessoalmente
a cada um dos pecadores: "Filho, os teus pecados estão perdoados" (Mc
2,5); ele é o médico que se debruça sobre cada um dos doentes que têm
necessidade dele para curá-los; ele os soergue e reintegra na comunhão
fraterna. A confissão pessoal é, pois, a forma mais significativa da
reconciliação com Deus e com a Igreja.
L.13.14.5 Da
Unção dos enfermos
§1517 Como é celebrado este
sacramento? Como todos os sacramentos, a Unção dos Enfermos é uma celebração
litúrgica e comunitária, quer tenha lugar na família, no hospital ou na Igreja,
para um só enfermo ou para todo um grupo de enfermos. E de todo conveniente que
ela se celebre dentro da Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor. Se as
circunstâncias o permitirem, a celebração do sacramento pode ser precedida pelo
sacramento da Penitência e seguida pelo sacramento da Eucaristia. Como
sacramento da Páscoa de Cristo, a Eucaristia deveria sempre ser o último
sacramento da peregrinação terrestre, o "viático" para a
"passagem" à vida eterna.
§1518 Palavra e sacramento formam
um todo inseparável. A Liturgia da Palavra, precedida de um ato penitencial,
abrirá a celebração. As palavras de Cristo, o testemunho dos apóstolos
despertam a fé do enfermo e da comunidade para pedir ao Senhor a força de seu
Espírito.
§1519 A celebração do sacramento
compreende principalmente os elementos seguintes: "os presbíteros da
Igreja (Cf Tg 5,14) impõem - em silêncio - as mãos aos doentes; oram sobre eles
na fé da Igreja. É a epiclese própria deste sacramento. Realizam então a unção
com óleo consagrado, que, se possível, deve ser feita pelo Bispo. Essas ações
litúrgicas indicam a graça que esse sacramento confere aos enfermos.
§1531 O essencial da celebração
deste sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente (no rito
romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração
litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste sacramento.
L.13.14.6 Das
exéquias
§1684 A celebração dos funerais Os
funerais cristãos são uma celebração litúrgica da Igreja. O ministério da
Igreja tem em vista aqui tanto exprimir a comunhão eficaz com o defunto como
fazer a comunidade reunida participar das exéquias e lhe anunciar a vida
eterna.
§1685 Os diferentes ritos dos
funerais exprimem O caráter pascal da morte cristã e respondem às situações e
tradições de cada região, mesmo com relação à cor litúrgica.
§1686 O Ordo exsequiarum (rito das
exéquias) (OEx) da liturgia romana propõe três tipos de celebração dos
funerais, correspondendo aos três lugares onde acontece (a casa, a igreja, o
cemitério) e segundo a importância que a ele atribuem a família, os costumes
locais, a cultura e a piedade popular. Este esquema é, aliás, comum a todas as
tradições litúrgicas e compreende quatro momentos principais:
§1687 O acolhimento da comunidade.
Uma saudação de fé abre a celebração. Os familiares do defunto são acolhidos
com uma palavra de consolação" (no sentido do Novo Testamento: a força do
Espírito Santo na esperança). A comunidade orante que se reúne escuta também
"as palavras de vida eterna". A morte de um membro da comunidade (ou
o dia de aniversário, o sétimo ou o trigésimo dia) é um acontecimento que deve
fazer ultrapassar as perspectivas "deste mundo" e levar os fiéis às
verdadeiras perspectivas da fé em Cristo ressuscitado.
§1688 A Liturgia da Palavra, por
ocasião dos funerais, exige um preparação bem atenciosa, pois a assembléia
presente ao ato podem englobar fiéis pouco assíduos à liturgia e também amigos
do falecido que não sejam cristãos. A homilia em especial deve "evitar
gênero literário de elogio fúnebre" e iluminar o mistério da morte cristã
com a luz de Cristo Ressuscitado.
§1689 O Sacrifício Eucarístico. Se
a celebração se realizar na igreja, Eucaristia é o coração da realidade pascal
da morte cristã. É então que a Igreja exprime sua comunhão eficaz com o
defunto: oferecendo ao Pai, no Espírito Santo, o sacrifício da morte e
ressurreição de Cristo, ela lhe pede que seu filho seja purificado de seus
pecados e de suas c seqüências e que seja admitido à plenitude pascal da mesa
do Reino. É pela Eucaristia assim celebrada que a comunidade dos fiéis,
especialmente a família do defunto, aprende a viver em comunhão com aquele que
dormiu no Senhor", comungando do Corpo de Cristo, do qual é membro vivo, e
rezando a seguir por ele e com ele.
§1690 O adeus ("a Deus")
ao defunto é sua "encomendação a Deus" pela Igreja. Este é o
"último adeus pelo qual a comunidade cristã saúda um de seus membros antes
que o corpo dele seja levado à sepultura "; tradição bizantina o exprime
pelo beijo de adeus ao falecido:
Com esta saudação final "canta-se por causa de sua partida desta
vida e por causa de sua separação, mas também porque há uma comunhão e uma
reunião. Com efeito, ainda que mortos, não estamos separados uns dos outros,
pois todos percorremos o mesmo caminho e nos reencontraremos no mesmo lugar.
Jamais estaremos separados, pois vivemos por Cristo, e agora estamos unidos a
Cristo, indo em sua direção... estaremos todos reunidos em Cristo".
L.13.14.7 Do
Batismo
§1234 O significado e a graça do
sacramento do Batismo aparecem com clareza nos ritos de sua celebração. É
acompanhando, com uma participação atenta, os gestos e as palavras desta
celebração que os fiéis são iniciados nas riquezas que este sacramento significa
e realiza em cada novo batizado.
§1235 O sinal-da-cruz no limiar da
celebração, assinala a marca de Cristo naquele que vai pertencer-lhe e
significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz.
§1236 O núncio da Palavra de Deus
ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, e suscita a
resposta da fé, inseparável do Batismo. Com efeito, o Batismo é de maneira
especial "o sacramento da fé", uma vez que é a entrada sacramental na
vida de fé.
§1237 Visto que o Batismo significa
a libertação do pecado e de seu instigador, o Diabo, pronuncia-se um (ou
vários) exorcismo(s) sobre o candidato. Este é ungido com o óleo dos
catecúmenos ou então o celebrante impõe-lhe a mão, e o candidato renuncia
explicitamente a satanás. Assim preparado, ele pode confessar a fé da Igreja, à
qual será "confiado" pelo Batismo.
§1238 A água batismal é então
consagrada por uma oração de epiclese (seja no próprio momento, seja na noite
pascal). A Igreja pede a Deus que, por seu Filho, o poder do Espírito Santo
desça sobre esta água, para que os que forem batizados nela "nasçam da
água e do Espírito" (Jo 3,5).
§1239 Segue então o rito essencial
do sacramento: o Batismo propriamente dito, que significa e realiza a morte ao
pecado e a entrada na vida da Santíssima Trindade por meio da configuração ao
mistério pascal de Cristo. O Batismo é realizado da maneira mais significativa
pela tríplice imersão na água batismal. Mas desde a antigüidade ele pode também
ser conferido derramando-se, por três vezes, a água sobre a cabeça do
candidato.
§1240 Na Igreja latina, esta
tríplice infusão é acompanhada das palavras do ministro: "N..., eu te
batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Nas liturgias
orientais, estando o catecúmeno voltado para o nascente, o ministro diz:
"O servo de Deus, N..., é batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo". E à invocação de cada pessoa da Santíssima Trindade o ministro
mergulha o candidato na água e o retira dela.
§1241 A unção com o santo crisma,
óleo perfumado consagrado pelo Bispo, significa o dom do Espírito Santo ao novo
batizado. Este tornou-se um cristão, isto é, "ungido" do Espírito
Santo, incorporado a Cristo, que é ungido sacerdote, profeta e rei.
§1242 Na liturgia das Igrejas do
Oriente, a unção pós-batismal é o sacramento da Crisma (Confirmação). Na
liturgia romana, porém, esta primeira unção anuncia outra, a do santo Crisma,
que será feita pelo Bispo: o sacramento da Confirmação, que, por assim dizer,
"confirma" e encerra a unção batismal.
§1243 A este branca simboliza que o
batizado "vestiu-se de Cristo": ressuscitou com Cristo. A vela, acesa
no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os
batizados são "a luz do mundo" (Mt 5,14). O novo batizado é agora filho
de Deus no Filho único. Pode rezar a oração dos filhos de Deus: o Pai-Nosso.
§1244 A primeira comunhão
eucarística. Uma vez feito filho de Deus, revestido da veste nupcial, o neófito
é admitido "ao festim das bodas do Cordeiro" e recebe o alimento da
vida nova, o Corpo e o Sangue de Cristo. As Igrejas orientais mantêm uma
consciência viva da unidade da iniciação cristã dando a Santa comunhão a todos
os novos batizados e confirmados, mesmo às crianças, lembrando-se da palavra do
Senhor: "Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais" (Mc 10,14). A
Igreja latina, que reserva a Santa comunhão aos que atingiram a idade da razão,
exprime a abertura do Batismo para a Eucaristia aproximando do altar a criança
recém-batizada para a oração do Pai-Nosso.
§1245 A bênção solene conclui a
celebração do Batismo. Por ocasião do batismo de recém-nascidos, a bênção da
mãe ocupa um lugar especial.
§1278 O rito essencial do Batismo
consiste em mergulhar na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça,
pronunciando a invocação da Santíssima Trindade, isto é, do Pai, do Filho e do
Espírito Santo
L.13.14.8 Do
Matrimônio
§1621 A celebração do Matrimônio No
rito latino, a celebração do Matrimônio entre dois fiéis católicos normalmente
ocorre dentro da santa missa, em vista de vínculo de todos os sacramentos com o
mistério pascal de Cristo. Na Eucaristia se realiza o memorial da nova aliança,
na qual Cristo se uniu para sempre à Igreja, sua esposa bem-amada, pela qual se
entregou. Portanto, é conveniente que os esposos selem seu consentimento de
entregar-se um ao outro pela oferenda de suas próprias vidas, unindo-o à
oferenda de Cristo por sua Igreja que se toma presente no Sacrifício
Eucarístico, e recebendo Eucaristia, a fim de que, comungando no mesmo Corpo e
no mesmo Sangue de Cristo, eles "formem um só corpo" nele.
§1622 "Como gesto sacramental
de santificação, a celebração litúrgica do Matrimônio ... deve ser válida por
si mesma, digna e frutuosa." Convém, pois, que os futuros esposos se
disponham à celebração de seu casamento recebendo o sacramento da Penitência.
§1623 Segundo a tradição latina,
são os esposos que, como ministros da graça de Cristo, se conferem mutuamente o
sacramento do Matrimônio, expressando diante da Igreja seu consentimento. Nas
tradições das Igrejas Orientais, os sacerdotes, Bispos ou presbíteros, são
testemunhas do consentimento recíproco dos esposos, mas também é necessária a
bênção deles para a validade do sacramento.
§1624 As diversas liturgias são
ricas em orações de bênção e de epiclese para pedir a Deus a graça e a bênção
sobre o novo casal, especialmente sobre a esposa. Na epiclese deste sacramento,
os esposos recebem o Espírito Santo como comunhão de amor de Cristo e da Igreja
(Cf Ef 5,32). É Ele o selo de sua aliança, a fonte que incessantemente oferece
seu amor, a força em que se renovar a fidelidade dos esposos.
§1631 É por esta razão que a Igreja
normalmente exige de seus fiéis a forma eclesiástica da celebração do
casamento. Diversas razões concorrem para explicar esta determinação:
* casamento-sacramento é um ato litúrgico. Por isso, convém que seja
celebrado na liturgia pública da Igreja.
* Matrimônio foi introduzido num ordo eclesial, cria direitos e deveres
na Igreja, entre os esposos e relativos à prole.
* Sendo o Matrimônio um estado de vida na Igreja, é necessário que haja
certeza a seu respeito (daí a obrigação de haver testemunhas).
* caráter público do consentimento protege o mútuo "Sim" que um
dia foi dado e ajuda a permanecer-lhe fiel.
§1663 Como o Matrimônio estabelece
os cônjuges num estado público de vida na Igreja, convém que sua celebração
seja pública no quadro de uma celebração litúrgica diante do sacerdote (ou de
testemunha qualificada da Igreja), das testemunhas e da assembléia dos fiéis.
L.13.14.9 Ministérios
e celebração litúrgica
§1142 Mas "os membros não têm
todos a mesma função" (Rm 12,4). Certos membros são chamados por Deus, na
e pela Igreja, a um serviço especial da comunidade. Tais servidores são
escolhidos e consagrados pelo sacramento da ordem, por meio do qual o Espírito
Santo os torna aptos a agir na pessoa de Cristo-Cabeça para o serviço de todos
os membros da Igreja. O ministro ordenado é como o ícone de Cristo Sacerdote.
Já que o sacramento da Igreja se manifesta plenamente na Eucaristia, é na
presidência da Eucaristia que o ministério do Bispo aparece primeiro, e, em
comunhão com ele, o dos presbíteros e dos diáconos.
§1143 No intuito de servir às
funções do sacerdócio comum dos fiéis, existem também outros ministérios
particulares, não consagrados pelo sacramento da ordem, e cuja função é
determinada pelos bispos de acordo com as tradições litúrgicas e as
necessidades pastorais. "Também os ajudantes, os leitores, os
comentaristas e os membros do coral desempenham um verdadeiro ministério
litúrgico."
§1144 Assim, na celebração dos
sacramentos, a assembléia inteira é o "liturgo", cada um segundo sua
função, mas na "unidade do Espírito", que age em todos. "Nas
celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar sua função,
faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe
compete."
L.13.14.10 Mistério Pascal de Cristo na
celebração litúrgica
§1067 "Esta obra da redenção
humana e da perfeita glorificação de Deus, da qual foram prelúdio as maravilhas
divinas operadas no povo do Antigo Testamento, completou-a Cristo Senhor,
principalmente pelo mistério pascal de sua bem-aventurada paixão, ressurreição
dos mortos e gloriosa ascensão. Por este mistério, Cristo, 'morrendo, destruiu
nossa morte, e ressuscitando, recuperou nossa vida'. Pois do lado de Cristo
adormecido na cruz nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja." Esta é
a razão pela qual, na liturgia, a Igreja celebra principalmente o mistério
pascal pelo qual Cristo realizou a obra da nossa salvação.
§1068 E este mistério de Cristo que
a Igreja anuncia e celebra em sua liturgia, a fim de que os fiéis vivam e dêem
testemunho dele no mundo: Com efeito, a liturgia, pela qual, principalmente no
divino sacrifício da Eucaristia, "se exerce a obra de nossa
redenção", contribui do modo mais excelente para que os fiéis, em sua
vida, exprimam e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína
natureza da verdadeira Igreja.
L.13.14.11 Mudança do rito dos Sacramentos
§1125 E por isso que nenhum rito
sacramental pode ser modificado ou manipulado ao arbítrio do ministro ou da
comunidade. Nem mesmo a suprema autoridade da Igreja pode alterar a Liturgia ao
seu arbítrio, mas somente na obediência da fé e no religioso respeito do
Mistério da Liturgia.
L.13.14.12 Tradições litúrgicas e catolicidade da
Igreja
§1200 DIVERSIDADE LITÚRGICA E
UNIDADE DO MISTÉRIO TRADIÇÕES LITÚRGICAS E CATOLICIDADE DA IGREJA Desde
primeira comunidade de Jerusalém até a parusia, o mesmo mistério pascal é
celebrado, em todo lugar, pelas Igrejas de Deus fiéis à fé apostólica. O
mistério celebrado na liturgia é um só, mas as formas de sua celebração são
diversas.
§1201 A riqueza insondável do
mistério de Cristo é tal que nenhuma liturgia é capaz de esgotar sua expressão.
A história do surgimento e do desenvolvimento desses ritos atesta uma
complementaridade surpreendente. Quando as Igrejas viveram essas tradições
litúrgicas em comunhão na fé e nos sacramentos da fé, enriqueceram-se
mutuamente e cresceram na fidelidade à tradição e à missão comum à Igreja toda.
§1202 As diversas tradições
litúrgicas surgiram justamente em razão da missão da Igreja. As Igrejas de uma
mesma área geográfica e cultural acabaram celebrando o mistério de Cristo com
expressões particulares tipificadas culturalmente: na tradição do "depósito
da fé", no simbolismo litúrgico, na organização da comunhão fraterna, na
compreensão teológica dos mistérios e nos tipos de santidade. Assim, Cristo,
luz e salvação de todos os povos, é manifestado pela vida litúrgica de uma
Igreja ao povo e à cultura aos quais ela é enviada e nos quais está enraizada.
A Igreja é católica: pode integrar em sua unidade, purificando-as, todas as
verdadeiras riquezas das culturas.
§1203 As tradições litúrgicas ou
ritos atualmente em uso na Igreja são o rito latino (principalmente o rito
romano, mas também os ritos de certas Igrejas locais como o rito ambrosiano, ou
de certas ordens religiosas) e os ritos bizantinos, alexandrino ou copta,
siríaco, armênio, maronita e caldeu. "Obedecendo fielmente à tradição, o sacrossanto
Concílio declara que a santa mãe Igreja considera como iguais em direito e em
dignidade todos os ritos legitimamente reconhecidos, e que no futuro quer
conservá-los e favorecê-los de todas as formas."
L.13.14.13 CELEBRANTES DA LITURGIA CELE5TE
§1137 OS CELEBRANTES DA LITURGIA
CELESTE O apocalipse de São João, lido na liturgia da Igreja, revela-nos
primeiramente "um trono no céu e, no trono, alguém sentado": "o
Senhor Deus" (Is 6,1). Em seguida, o Cordeiro, "imolado e de pé"
(Ap 5,6): Cristo crucificado e ressuscitado, o único sumo sacerdote do
verdadeiro santuário, o mesmo "que oferece e é oferecido, que dá e que é
dado". Finalmente, "o rio de água da vida (...) que saía do trono de
Deus e do Cordeiro" (Ap 22,1), um dos mais belos símbolos do Espírito Santo
§1138 "Recapitulados" em
Cristo, participam do serviço do louvor a Deus e da realização de seu desígnio:
as potências celestes, a criação inteira (os quatro viventes), os servidores da
antiga e da nova aliança (os vinte e quatro anciãos), o novo povo de Deus (os
cento e quarenta e quatro mil), em especial os mártires "imolados por
causa da Palavra de Deus" (Ap 6,9) e a Santa Mãe de Deus (a mulher; a
Esposa do Cordeiro), e finalmente "uma multidão imensa, impossível de se
enumerar, de toda nação, raça, povo e língua" (Ap 7,9).
§1139 É dessa liturgia eterna que O
Espírito e a Igreja nos fazem participar quando celebramos o mistério da
salvação nos sacramentos.
§1140 OS CELEBRANTES DA LITURGIA SACRAMENTAL É toda a comunidade, o corpo
de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra. "As ações litúrgicas não são
ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é o 'sacramento da unidade',
isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção dos Bispos. Por isso,
estas celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja, influem sobre ele e o
manifestam; mas atingem a cada um de seus membros de modo diferente, conforme a
diversidade de ordens, ofícios e da participação atual efetiva." É por
isso que "todas as vezes que os ritos, de acordo com sua própria natureza,
admitem uma celebração comunitária, com assistência e participação ativa dos
fiéis, seja inculcado que na medida do possível, ela deve ser preferida à
celebração individual ou quase privada".
§1141 A Assembléia que celebra é a
comunidade dos batizados, os quais, "pela regeneração e unção do Espírito
Santo, são consagrados para serem casa espiritual e sacerdócio santo e para
poderem oferecer um sacrifício espiritual toda atividade humana do
cristão". Este "sacerdócio comum" é o de Cristo, único sacerdote,
participado por todos os seus membros:
A mãe Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis sejam levados àquela
plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas que a própria
natureza da liturgia exige e à qual, por força do batismo, o povo cristão, "geração
escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo de conquista" (1 Pd 2,9),
tem direito e obrigação.
§1142 Mas "os membros não têm
todos a mesma função" (Rm 12,4). Certos membros são chamados por Deus, na
e pela Igreja, a um serviço especial da comunidade. Tais servidores são
escolhidos e consagrados pelo sacramento da ordem, por meio do qual o Espírito
Santo os torna aptos a agir na pessoa de Cristo-Cabeça para o serviço de todos
os membros da Igreja. O ministro ordenado é como o ícone de Cristo Sacerdote.
Já que o sacramento da Igreja se manifesta plenamente na Eucaristia, é na
presidência da Eucaristia que o ministério do Bispo aparece primeiro, e, em
comunhão com ele, o dos presbíteros e dos diáconos.
§1143 No intuito de servir às
funções do sacerdócio comum dos fiéis, existem também outros ministérios
particulares, não consagrados pelo sacramento da ordem, e cuja função é
determinada pelos bispos de acordo com as tradições litúrgicas e as
necessidades pastorais. "Também os ajudantes, os leitores, os
comentaristas e os membros do coral desempenham um verdadeiro ministério
litúrgico."
§1144 Assim, na celebração dos
sacramentos, a assembléia inteira é o "liturgo", cada um segundo sua
função, mas na "unidade do Espírito", que age em todos. "Nas
celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar sua função,
faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe
compete."
L.13.14.13.1 Cabeça
e membros §1142-1143
L.13.14.13.2 Celebrantes
da liturgia sacramental §1140-1144
L.13.14.13.3 Comunidade
e assembléia §1140-1141 §1144.
L.13.14.14 ELEMENTOS DA CELEBRAÇÃO LITÚRGICA
L.13.14.14.1 Canto
e música
§1156 CANTO E MÚSICA "A tradição musical da Igreja universal
constitui um tesouro de valor inestimável que se destaca entre as demais
expressões de arte, principalmente porque o canto sacro, ligado às palavras, é
parte necessária ou integrante da liturgia solene." A composição e o canto
dos salmos inspirados, com freqüência acompanhados por instrumentos musicais,
já aparecem intimamente ligados às celebrações litúrgicas da antiga aliança. A
Igreja continua e desenvolve esta tradição: Recital "uns com os outros
salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso
coração" (Ef. 5,19) . "Quem canta reza duas vezes."
§1157 O canto e a música
desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por
"estarem intimamente ligados à ação litúrgica", segundo três
critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da
assembléia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam
assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a
santificação dos fiéis:
Quanto chorei ouvindo vossos hinos, vossos cânticos, os acentos suaves
que ecoavam em vossa Igreja! Que emoção me causavam! Fluíam em meu ouvido,
destilando a verdade em meu coração. Um grande elã de piedade me elevava, e as
lágrimas corriam-me pela face, mas me faziam bem.
§1158 A harmonia dos sinais (canto,
música, palavras e ações) é aqui mais expressiva e fecunda por exprimir-se na
riqueza cultural própria do povo de Deus que celebra? Por isso, o "canto
religioso popular ser inteligentemente incentivado a fim de que as vozes dos
fiéis possam ressoar nos pios e sagrados exercícios e nas próprias ações
litúrgicas, de acordo com as normas e prescrições das rubricas. Todavia,
"os textos destinados ao canto sacro hão de ser conformes à doutrina
católica, sendo até tirados de preferência das Sagradas Escrituras e das fontes
litúrgicas.
L.13.14.14.2 Imagens
sacras
§1159 AS SANTAS IMAGENS A imagem sacra, o ícone litúrgico, representa
principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e
incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova
"economia" das imagens:
Antigamente Deus, que não tem nem corpo nem aparência, não podia em
absoluto ser representado por uma imagem. Mas agora que se mostrou na carne e
viveu com os homens posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus. (...) Com o
rosto descoberto, contemplamos a glória do Senhor.
§1160 A iconografia cristã
transcreve pela imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite
pela palavra. Imagem e palavra iluminam-se mutuamente:
Para proferir sucintamente nossa profissão de fé, conservamos todas as
tradições da Igreja, escritas ou não-escritas, que nos têm sido transmitidas
sem alteração. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que concorda
com a pregação da história evangélica, crendo que, de verdade e não na aparência,
o Verbo de Deus se fez homem, o que é também útil e proveitoso, pois as coisas
que se iluminam mutuamente têm sem dúvida um significado recíproco.
§1161 Todos os sinais da celebração
litúrgica são relativos a Cristo: são-no também as imagens sacras da santa mãe
de Deus e dos santos. Significam o Cristo que é glorificado neles. Manifestam
"a nuvem de testemunhas" (Hb 12,1) que continuam a participar da
salvação do mundo e às quais estamos unidos, sobretudo na celebração
sacramental. Por meio de seus ícones, revela-se à nossa fé o homem criado
"à imagem de Deus" e transfigurado "à sua semelhança",
assim como os anjos, também recapitulados em Cristo:
Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da
tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que
habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas
imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas
pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser
colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras,
sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso
Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e
santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos.
§1162 "A beleza e a cor das
imagens estimulam minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o
espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus." A
contemplação dos ícones santos, associada à meditação da Palavra de Deus e ao
canto dos hinos litúrgicos, entra na harmonia dos sinais da celebração para que
o mistério celebrado se grave na memória do coração e se exprima em seguida na
vida nova dos fiéis.
L.13.14.14.3 Palavras
e ações
§1153 PALAVRAS E AÇÕES Uma celebração sacramental é um encontro dos filhos
de Deus com seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, e este encontro se exprime
como um diálogo, mediante ações e palavras. Sem dúvida, as ações simbólicas já
são em si mesmas uma linguagem, mas é preciso que a Palavra de Deus e a
resposta de fé acompanhem e vivifiquem estas ações para que a semente do Reino
produza seu fruto na terra fértil. As ações litúrgicas significam o que a
Palavra de Deus exprime: a iniciativa gratuita de Deus e ao mesmo tempo a
resposta de fé de seu povo.
§1154 A liturgia da palavra é parte
integrante das celebrações sacramentais. Para alimentar a fé dos fiéis, os
sinais da Palavra de Deus precisam ser valorizados: o livro da palavra
(lecionário ou evangeliário), sua veneração (procissão, incenso, luz), o lugar
de onde é anunciado (ambão), sua leitura audível e inteligível, a homilia do
ministro que prolonga sua proclamação, as respostas da assembléia (aclamações,
salmos de meditação, ladainhas, profissão de fé...).
§1155 Inseparáveis enquanto sinais
e ensinamento, a palavra e a ação litúrgicas são indissociáveis também enquanto
realizam o que significam. O Espírito Santo não somente dá a compreensão da
Palavra de Deus suscitando a fé; pelos sacramentos ele realiza também as
"maravilhas" de Deus anunciadas pela palavra: torna presente e
comunica a obra do Pai realizada pelo Filho bem-amado.
L.13.14.14.4 Sinais
e símbolos
§1145 Como celebrar? SINAIS SÍMBOLOS Uma celebração sacramental é tecida
de sinais e de símbolos. Segundo a pedagogia divina da salvação, o significado
dos sinais e símbolos deita raízes na obra da criação e na cultura humana,
adquire precisão nos eventos da antiga aliança e se revela plenamente na pessoa
e na obra de Cristo.
§1146 Sinais o mundo dos homens. Na
vida humana, sinais e símbolos ocupam um lugar importante. Sendo o homem um ser
ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades
espirituais por meio de sinais e de símbolos materiais. Como ser social, o
homem precisa de sinais e de símbolos para comunicar-se com os outros, pela
linguagem, por gestos, por ações. Vale o mesmo para sua relação com Deus.
§1147 Deus ala ao homem por
intermédio da criação visível. O cosmos material apresenta-se à inteligência do
homem para que este leia nele os vestígios de seu criador. A luz e a noite, o
vento e o fogo, a água e a terra, a árvore e os frutos falam de Deus,
simbolizam ao mesmo tempo a grandeza e a proximidade dele.
§1148 Enquanto criaturas, essas
realidades sensíveis podem tornar-se o lugar de expressão da ação de Deus que
santifica os homens, e da ação dos homens que prestam seu culto a Deus.
Acontece o mesmo com os sinais e os símbolos da vida social dos homens: lavar e
ungir, partir o pão e partilhar o cálice podem exprimir a presença santificante
de Deus e a gratidão do homem diante de seu criador.
§1149 As grandes religiões da
humanidade atestam, muitas vezes de maneira impressionante, este sentido
cósmico e simbólico dos ritos religiosos. A liturgia da Igreja pressupõe,
integra e santifica elementos da criação e da cultura humana conferindo-lhes a
dignidade de sinais da graça, da nova criação em Jesus Cristo.
§1150 Sinais a aliança. O povo
eleito recebe de Deus sinais e símbolos distintivos que marcam sua vida
litúrgica: estes não mais são apenas celebrações de ciclos cósmicos e gestos
sociais, mas sinais da aliança, símbolos das grandes obras realizadas por Deus
em favor de seu povo. Entre tais sinais litúrgicos da antiga aliança podemos
mencionar a circuncisão, a unção e a consagração dos reis e dos sacerdotes, a
imposição das mãos, os sacrifícios, e sobretudo a Páscoa. A Igreja vê nesses
sinais uma prefiguração dos sacramentos da Nova Aliança.
§1151 Sinais assumidos por Cristo.
Em sua pregação, o Senhor Jesus serve-se muitas vezes dos sinais da criação
para dar a conhecer os mistérios do Reino de Deus. Realiza suas curas ou
sublinha sua pregação com sinais materiais ou gestos simbólicos. Dá um sentido
novo aos fatos e aos sinais da Antiga Aliança, particularmente ao Êxodo e à
Páscoa, por ser ele mesmo o sentido de todos esses sinais.
§1152 Sinais sacramentais. Desde
Pentecostes, é por meio dos sinais sacramentais de sua Igreja que o Espírito
Santo realiza a santificação. Os sacramentos da Igreja não abolem, antes
purificam e integram toda a riqueza dos sinais e dos símbolos do cosmos e da
vida social. Além disso, realizam os tipos e as figuras da antiga aliança,
significam e realizam a salvação operada por Cristo, e prefiguram e antecipam a
glória do céu.
L.13.15 Interpretação
da liturgia
L.13.15.1 Liturgia
atualiza os acontecimentos salvadores
§1104 O ESPÍRITO SANTO ATUALIZA O MISTÉRIO DE CRISTO A liturgia cristã não
somente recorda os acontecimentos que nos salvaram, como também os atualiza,
toma-os presentes. O mistério pascal de Cristo é celebrado, não é repetido; o
que se repete são as celebrações; em cada uma delas sobrevêm a efusão do
Espírito Santo que atualiza o único mistério.
L.13.15.2 Liturgia
ação da Igreja.
§1071 Além de ser obra de Cristo, a
liturgia é também uma ação de sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja
corno sinal visível da comunhão entre Deus e os homens por meio de Cristo.
Empenha os fiéis na vida nova da comunidade. Implica uma participação
"consciente, ativa e frutuosa" de todos.
§1072 "A liturgia não esgota
toda a ação da Igreja": ela tem de ser precedida pela evangelização, pela
fé e pela conversão; pode então produzir seus frutos na vida dos fiéis: a vida
nova segundo o Espírito, o compromisso com a missão da Igreja e o serviço de
sua unidade.
L.13.15.3 Liturgia
ápice para o qual tende a ação da Igreja e fonte donde emana sua força
§1074 "A liturgia é o ápice
para o qual tende a ação da Igreja, e ao mesmo tempo é a fonte donde emana toda
a sua força." Ela é, portanto, o lugar privilegiado da catequese do povo
de Deus. "A catequese está intrinsecamente ligada a toda ação litúrgica e
sacramental, pois é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo
Jesus age em plenitude para a transformação dos homens."
L.13.15.4 Liturgia
elemento constitutivo da Tradição
§1124 A é da Igreja é anterior à fé do fiel, que é convidado a aderir a
ela. Quando a Igreja celebra os sacramentos, confessa a fé recebida dos
apóstolos. Daí o adágio antigo: lex orandi, lex credendi ("a lei da oração
é a lei da fé") (ou então: legem credendi, lex statuat supplicandia lei do
que suplica estabeleça a lei do que crê, segundo Próspero de Aquitânia [século
V). A lei da oração é a lei da fé, ou seja: a Igreja traduz em sua profissão de
fé aquilo que expressa em sua oração. A liturgia é um elemento constitutivo da
santa e viva Tradição.
L.13.15.5 Liturgia
lugar privilegiado da catequese
§1074 "A liturgia é o ápice
para o qual tende a ação da Igreja, e ao mesmo tempo é a fonte donde emana toda
a sua força." Ela é, portanto, o lugar privilegiado da catequese do povo
de Deus. "A catequese está intrinsecamente ligada a toda ação litúrgica e
sacramental, pois é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo
Jesus age em plenitude para a transformação dos homens."
L.13.15.6 Liturgia
resposta da fé
§1083 Compreende-se então a dupla
dimensão da liturgia cristã como resposta de fé e de amor às "bênçãos
espirituais" com as quais o Pai nos presenteia. Por um lado, a Igreja,
unida a seu Senhor e "sob a ação do Espírito Santo", bendiz o Pai
"por seu dom inefável" (2Cor 9,15) mediante a adoração, o louvor e a
ação de graças. Por outro lado, e até a consumação do projeto de Deus, a Igreja
não cessa de oferecer ao Pai "a oferenda de seus próprios dons" e de
implorar que Ele envie o Espírito Santo sobre a oferta, sobre si mesma, sobre
os fiéis e sobre o mundo inteiro, a fim de que pela comunhão com a morte e a
ressurreição de Cristo Sacerdote e pelo poder do Espírito estas bênçãos divinas
produzam frutos de vida "para louvor e glória de sua graça" (Ef 1,6).
L.13.15.7 Renovação
da liturgia segundo as várias culturas
§1204 LITURGIA E CULTURAS Por isso a celebração da liturgia deve
corresponder ao gênio e à cultura dos diferentes povos. Para que o mistério de
Cristo seja "dado a conhecer a todos os gentios, para levá-los à
obediência da fé" (Rm 16,26), deve ser anunciado, celebrado e vivido em
todas as culturas, de sorte que estas não sejam abolidas, mas resgatadas e
realizadas por ele". E mediante sua cultura humana própria, assumida e
transfigurada por Cristo, que a multidão dos filhos de Deus tem acesso ao Pai,
para glorificá-lo, em um só Espírito.
§1205 "Na liturgia, sobretudo
na liturgia dos sacramentos, existe uma parte imutável - por ser de instituição
divina -, da qual a Igreja é guardiã, e há partes suscetíveis de mudança, que
ela tem o poder e, algumas vezes, até o dever de adaptar às culturas dos povos recentemente
evangelizados.
§1206 "A diversidade litúrgica
pode ser fonte de enriquecimento, mas pode também provocar tensões,
incompreensões reciprocas e até mesmo cismas. Neste campo, é claro que a
diversidade não deve prejudicar a unidade. Esta unidade não pode exprimir-se
senão na fidelidade à fé comum, aos sinais sacramentais que a Igreja recebeu de
Cristo, e à comunhão hierárquica. A adaptação às culturas requer uma conversão
do coração e, se necessário, a ruptura com hábitos ancestrais incompatíveis com
a fé católica."
L.13.16 Liturgia das Horas
§1173 Quando, no ciclo anual, a
Igreja faz memória dos mártires e dos outros santos, "proclama o mistério
pascal" naqueles e naquelas "que sofreram com Cristo e estão
glorificados com ele, e propõe seu exemplo aos fiéis para que atraia todos ao
Pai por Cristo e, por seus méritos, impetra os benefícios de Deus"
§1174 A LITURGIA DAS HORAS O
mistério de Cristo, sua Encarnação e sua Páscoa, que celebramos na Eucaristia,
especialmente na assembléia dominical, penetra e transfigura o tempo de cada
dia pela celebração da Liturgia das Horas, "o Ofício Divino" Esta
celebração, em fidelidade às recomendações apostólicas de "orar sem
cessar", "está constituída de tal modo que todo o curso do dia e da
noite seja consagrado pelo louvor de Deus" Ela constitui "a oração
pública da Igreja", na qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos)
exercem o sacerdócio régio dos batizados. Celebrada "segundo a forma
aprovada" pela Igreja, a Liturgia das Horas "é verdadeiramente a voz
da própria esposa que fala com o esposo, e é até a oração de Cristo, com seu
corpo, ao Pai".
§1175 A Liturgia das Horas é destinada a tornar-se a oração de todo o
povo de Deus. Nela, o próprio Cristo "continua a exercer sua função
sacerdotal por meio de sua Igreja"; cada um participa dela segundo seu
lugar próprio na Igreja e segundo as circunstâncias de sua vida: os
presbíteros, enquanto dedicados ao ministério da palavra; os religiosos e as
religiosas, pelo carisma de sua vida consagrada; todos os fiéis, segundo suas
possibilidades: "Os pastores de almas cuidarão que as horas principais,
especialmente as vésperas, nos domingos e dias festivos mais solenes, sejam
celebradas comunitariamente na Igreja. Recomenda-se que os próprios leigos
recitem o Ofício divino, ou juntamente com os presbíteros, ou reunidos entre
si, e até cada um individualmente".
§1176 Celebrar Liturgia das Horas exige não somente que se harmonize a
voz com o coração que reza, mas também "que se adquira um conhecimento
litúrgico e bíblico mais rico, principalmente dos Salmos".
§1177 Os hinos e as ladainhas da Oração das Horas inserem a oração dos
salmos no tempo da Igreja, exprimindo o simbolismo do momento do dia, do tempo
litúrgico ou da festa celebrada. Além disso, a leitura da Palavra de Deus a
cada hora (com os responsos ou os tropários que vêm depois dela) e, em certas
horas, as leituras dos Padres da Igreja e dos mestres espirituais revelam mais
profundamente o sentido do mistério celebrado, ajudam na compreensão dos salmos
e preparam para a oração silenciosa. A lectio divina, em que a Palavra de Deus
é lida e meditada para tornar-se oração, está assim enraizada na celebração
litúrgica.
§1178 A liturgia das Horas, que é como que um prolongamento da celebração
eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar as diversas
devoções do Povo de Deus, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo
Sacramento.
L.13.16.1 Constituição
da liturgia das Horas §1176-1177
L.13.16.2 Efeitos
da liturgia das Horas
§1437 A leitura da Sagrada
Escritura, a oração da Liturgia das Horas e do Pai-nosso, todo ato sincero de
culto ou de piedade reaviva em nós o espírito de conversão e de penitência e
contribui para o perdão dos pecados.
L.13.16.3 Fins
da liturgia das Horas §1174
L.13.16.4 Lugares
para celebrar a liturgia das Horas
§ 2691 Lugares favoráveis à oração
A Igreja, casa de Deus, é o lugar próprio para a oração litúrgica da
comunidade paroquial. E também o lugar privilegiado da adoração da presença
real de Cristo no Santíssimo Sacramento. A escolha de um lugar favorável é
importante para a verdade da oração:
* para a oração pessoal, pode ser um "recanto de oração", com
as Sagradas Escrituras e imagens sagradas, para aí estar "no segredo"
diante do Pai. Numa família cristã, essa espécie de peque no oratório favorece
a oração em comum;
* nas regiões onde existem mosteiros, a vocação dessas comunidades é
favorecer a partilha da Oração das Horas com os fiéis e permitir a solidão
necessária a uma oração pessoal mais intensa;
* as peregrinações evocam nossa caminhada pela terra em direção ao céu.
São tradicionalmente tempos fortes de renovação da oração. Os santuários são
para os peregrinos, em busca de suas fontes vivas, lugares excepcionais para
viver "como Igreja" as formas da oração cristã.
L.13.16.5 Orações
de todo o povo de Deus §1173
L.13.16.6 Origem
da liturgia das Horas
§1096 Liturgia judaica e liturgia cristã. Um conhecimento mais aprimorado
da fé e da vida religiosa do povo judaico, tais como são professadas e vividas
ainda hoje, pode ajudar a compreender melhor certos aspectos da liturgia
cristã. Para os judeus e para os cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte
essencial de suas liturgias: para a proclamação da Palavra de Deus, a resposta
a esta palavra, a oração de louvor e de intercessão pelos vivos e pelos mortos,
o recurso à misericórdia divina. A Liturgia da palavra, em sua estrutura
própria, tem sua origem na oração judaica. A Oração das horas, bem como outros
textos e formulários litúrgicos, tem seus paralelos na oração judaica, o mesmo
acontecendo com as próprias fórmulas de nossas orações mais veneráveis, entre
elas o Pai-Nosso. Também as orações eucarísticas inspiram-se em modelos da
tradição judaica. As relações entre liturgia judaica e liturgia cristã mas
também a diferença de seus conteúdos são particularmente visíveis nas grandes
festas do ano litúrgico, como a Páscoa. Cristãos e judeus celebram a Páscoa;
Páscoa da história, orientada para o futuro, entre os judeus; Páscoa realizada
na morte e na Ressurreição de Cristo, entre os cristãos, ainda que sempre à
espera da consumação definitiva.
L.13.16.7 Participantes
da liturgia das Horas §1175
L.13.16.8 Significação
da liturgia das Horas §1174 e §1178.
L.13.17 Pessoas divinas na
liturgia
L.13.17.1 Cristo
na liturgia
§1084 CRISTO GLORIFICADO... "Sentado à direita do Pai" e
derramando o Espírito Santo em seu Corpo que é a Igreja, Cristo age agora pelos
sacramentos, instituídos por Ele para comunicar sua graça. Os sacramentos são
sinais sensíveis (palavras e ações), acessíveis à nossa humanidade atual.
Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo
poder do Espírito Santo
§1085 Na liturgia da Igreja, Cristo
significa e realiza principalmente seu mistério pascal. Durante sua vida
terrestre, Jesus anunciava seu Mistério pascal por seu ensinamento e o
antecipava por seus atos. Quando chegou sua hora, viveu o único evento da
história que não passa: Jesus morre, é sepultado, ressuscita dentre os mortos e
está sentado à direita do Pai "uma vez por todas" (Rm 6,10; Hb 7,27;
9,12). É um evento real, acontecido em nossa história, mas é único: todos os
outros eventos da história acontecem uma vez e depois passam, engolidos pelo
passado. O Mistério pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no
passado, já que por sua morte destruiu a morte, e tudo o que Cristo é, fez e
sofreu por todos os homens participa da eternidade divina, e por isso abraça
todos os tempos e nele se mantém presente. O evento da cruz e da ressurreição
permanece e atrai tudo para a vida.
§1086 ... A PARTIR DA IGREJA DOS
APÓSTOLOS... "Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma Ele
mesmo enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para pregarem o
Evangelho a toda criatura, anunciarem que o Filho de Deus, por sua Morte e
Ressurreição, nos libertou do poder de Satanás e da morte e nos transferiu para
o reino do Pai, mas ainda para levarem a efeito o que anunciavam: a obra da
salvação por meio do sacrifício e dos sacramentos, em tomo dos quais gravita
toda a vida litúrgica."
§1087 Dessa forma, Cristo
ressuscitado, ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos, confia-lhes seu poder de
santificação: eles tomam-se assim sinais sacramentais de Cristo. Pelo poder do
mesmo Espírito Santo, os Apóstolos confiam este poder a seus sucessores. Esta
"sucessão apostólica" estrutura toda a vida litúrgica da Igreja; ela
mesma é sacramental, transmitida pelo sacramento da ordem.
§1088 .... ESTÁ PRESENTE NA
LITURGIA TERRESTRE... "Para levar a efeito tão grande obra" a saber,
a dispensação ou comunicação de sua obra de salvação" Cristo está sempre
presente em sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas. Presente está no
sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, pois 'aquele que agora oferece
pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz',
quanto sobretudo sob as espécies eucarísticas. Presente está por sua força nos
sacramentos, a tal ponto que, quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza.
Presente está por sua palavra, pois é ele mesmo quem fala quando se lêem as
Sagradas Escrituras na Igreja. Presente está, finalmente, quando a Igreja reza
e salmodia, ele que prometeu: 'Onde dois ou três estiverem reunidos em meu
nome, aí estarei no meio deles' (Mt 18,20)."
§1089 "Na realização de tão grande obra, por meio da qual Deus é
perfeitamente glorificado e os homens são santificados, Cristo sempre associa a
si a Igreja, sua esposa direitíssima, que o invoca como seu Senhor e por ele
presta culto ao eterno Pai.
§1090 ....QUE PARTICIPA DA LITURGIA
CELESTE... "Na liturgia terrestre, antegozando participamos (já) da
liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na
qualidade de peregrinos, caminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus,
ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do
exército celestial cantamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória
dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador,
Nosso Senhor Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste e nós
apareçamos com ele na glória."
§1097 Na liturgia da nova aliança,
toda ação litúrgica, especialmente a celebração da Eucaristia e dos
sacramentos, é um encontro entre Cristo e a Igreja. A assembléia litúrgica tira
sua unidade da "comunhão do Espírito Santo", que congrega os filhos
de Deus no único corpo de Cristo. Ela ultrapassa as afinidades humanas,
raciais, culturais e sociais.
§1136 Quem celebra? A liturgia é "ação" do "Cristo
todo" ("Christus totus"). Os que desde agora a celebram, para
além dos sinais, já estão na liturgia celeste, em que a celebração é toda festa
e comunhão.
§2665 A oração a Jesus
A oração da Igreja, alimentada pela Palavra de Deus, e a celebração da
Liturgia nos ensinam a orar ao Senhor Jesus. Ainda que seja dirigida sobretudo
ao Pai, ela inclui, em todas as tradições litúrgicas, formas de oração
dirigidas a Cristo. Certos Salmos, conforme sua atualização na Oração da
Igreja, e o Novo Testamento põem em nossos lábios e gravam em nossos corações
as invocações desta oração a Cristo: Filho de Deus, Verbo de Deus, Senhor,
Salvador, Cordeiro de Deus, Rei, Filho bem-amado, Filho da Virgem, Bom Pastor,
nossa Vida, nossa Luz, nossa Esperança, nossa Ressurreição, Amigo dos homens...
L.13.17.2 Cristo
centro e sacerdote da liturgia
§662 "E, quando eu for elevado
da terra, atrairei todos os homens a mim" (Jo 12,32). A elevação na Cruz
significa e anuncia a elevação da Ascensão ao céu. É o começo dela. Jesus
Cristo, o Único Sacerdote da nova e eterna Aliança, não "entrou em um
santuário feito por mão de homem... e sim no próprio céu, a fim de comparecer
agora diante da face de Deus a nosso favor" (Hb 9,24). No céu, Cristo
exerce em caráter permanente seu sacerdócio, "por isso é capaz de salvar
totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive
eternamente para interceder por eles" (Hb 7,25). Como "sumo sacerdote
dos bens vindouros" (Hb 9,11) ele é o centro é o ator principal da
liturgia que honra o Pai nos Céus.
§1070 A palavra "liturgia" no Novo Testamento é empregada para
designar não somente a celebração do culto divino, mas também o anúncio do
Evangelho e a caridade em ato. Em todas essas situações, trata-se do serviço de
Deus e dos homens. Na celebração litúrgica, a Igreja é serva à imagem do seu
Senhor, o único "liturgo", participando de seu sacerdócio (culto)
profético (anúncio) e régio (serviço de caridade): Com razão, portanto, a
liturgia é tida como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual,
mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal,
realizada a santificação do homem, e é exercido o culto público integral pelo
Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros. Disto se segue que toda a celebração
litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação
sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo titulo e grau, não é igualada
por nenhuma outra ação da Igreja.
§1088 ...ESTÁ PRESENTE NA LITURGIA
TERRESTRE... "Para levar a efeito tão grande obra" a saber, a dispensação
ou comunicação de sua obra de salvação" Cristo está sempre presente em sua
Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas. Presente está no sacrifício da missa,
tanto na pessoa do ministro, pois 'aquele que agora oferece pelo ministério dos
sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz', quanto sobretudo sob as
espécies eucarísticas. Presente está por sua força nos sacramentos, a tal ponto
que, quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza. Presente está por sua
palavra, pois é ele mesmo quem fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na
Igreja. Presente está, finalmente, quando a Igreja reza e salmodia, ele que
prometeu: 'Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio
deles' (Mt 18,20)."
L.13.17.3 Deus
Pai fonte e fim da liturgia
O Pai, fonte e fim da liturgia -
§1077 "Bendito seja o Deus e
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos
espirituais, nos céus, em Cristo. Nele escolheu-nos antes da fundação do mundo
para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor. Ele nos predestinou
para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo, conforme o beneplácito de
sua vontade, para louvor e glória de sua graça, com a qual ele nos agraciou no
Bem-amado" (Ef 1,3-6).
§1078 Abençoar é uma ação divina que
dá a vida e da qual o Pai é a fonte. Sua bênção é ao mesmo tempo palavra e dom
(benedictio, eulogia, pronuncie "euloguia"). Aplicado ao homem, esse
termo significar a adoração e a entrega a seu criador, na ação de graças.
§1079 Desde o início até a consumação
dos tempos, toda a obra de Deus é bênção. Desde o poema litúrgico da primeira
criação até os cânticos da Jerusalém celeste os autores inspirados anunciam o
projeto de salvação como uma imensa bênção divina.
§1080 Desde o começo, Deus abençoa
os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com Noé e com todos
os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem,
por causa do qual a terra é "amaldiçoada". Mas é a partir de Abra o
que a bênção divina penetra a história dos homens, que caminhava para a morte,
para fazê-la retomar à vida, à sua fonte: pela fé do "pai dos
crentes" que acolhe a bênção, inaugura-se a história da salvação.
§1081 As bênçãos divinas
manifestam-se em eventos impressionantes e salvadores: o nascimento de Isaac, a
saída do Egito (Páscoa e Êxodo), o dom da Terra Prometida, a eleição de Davi, a
presença de Deus no templo, o exílio purificador e o retomo de um "pequeno
resto". A lei, os profetas e os salmos, que tecem a liturgia do povo
eleito, lembram essas bênçãos divinas e ao mesmo tempo lhes respondem mediante
as bênçãos de louvor e de ação de graças.
§1082 Na liturgia da Igreja, a
bênção divina é plenamente revelada e comunicada: o Pai é reconhecido e adorado
como a fonte e o fim de todas as bênçãos da criação e da salvação; em seu
Verbo, encarnado, morto e ressuscitado por nós, ele nos cumula com suas
bênçãos, e por meio dele derrama em nossos corações o dom que contém todos os
dons: o Espírito Santo
§1083 Compreende-se então a dupla dimensão da liturgia cristã como
resposta de fé e de amor às "bênçãos espirituais" com as quais o Pai
nos presenteia. Por um lado, a Igreja, unida a seu Senhor e "sob a ação do
Espírito Santo", bendiz o Pai "por seu dom inefável" (2Cor 9,15)
mediante a adoração, o louvor e a ação de graças. Por outro lado, e até a
consumação do projeto de Deus, a Igreja não cessa de oferecer ao Pai "a
oferenda de seus próprios dons" e de implorar que Ele envie o Espírito
Santo sobre a oferta, sobre si mesma, sobre os fiéis e sobre o mundo inteiro, a
fim de que pela comunhão com a morte e a ressurreição de Cristo Sacerdote e
pelo poder do Espírito estas bênçãos divinas produzam frutos de vida "para
louvor e glória de sua graça" (Ef 1,6).
L.13.17.4 Espírito
Santo na liturgia
§688 A Igreja, comunhão viva na fé dos apóstolos, que ela transmite, é o
lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo:
nas Escrituras que ele inspirou;
na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre
atuais;
no Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;
na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na
qual o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com Cristo;
na oração, na qual Ele intercede por nós;
nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
nos sinais de vida apostólica e missionária;
no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua
a obra da salvação.
§1091 O Espírito Santo e a Igreja
na liturgia - Na liturgia, o Espírito Santo é o pedagogo da fé do povo de Deus,
o artífice das "obras-primas de Deus", que são os sacramentos da nova
aliança. O desejo e a obra do Espírito no coração da Igreja é que vivamos da
vida de Cristo ressuscitado. Quando encontra em nós a resposta de fé que ele
mesmo suscitou, realiza-se uma verdadeira cooperação. Por meio dela a liturgia
se toma a obra comum do Espírito Santo e da Igreja.
§1092 Nesta comunicação sacramental
do mistério de Cristo, o Espírito age da mesma forma que nos outros tempos da
economia da salvação: prepara a Igreja para encontrar seu Senhor, recorda e
manifesta Cristo à fé da assembléia, torna presente e atualiza o mistério de
Cristo por seu poder transformador e, finalmente, como Espírito de comunhão,
une a Igreja à vida e à missão de Cristo.
§O ESPÍRITO SANTO PREPARA PARA ACOLHER
A CRISTO 1093 Na economia sacramental o Espírito Santo leva à realização as
figuras da antiga aliança. Visto que a Igreja de Cristo estava
"admiravelmente preparada na história do Povo de Israel e na Antiga
Aliança", a liturgia da Igreja conserva como parte integrante e
insubstituível - tomando-os seus - alguns elementos do culto da Antiga Aliança:
* principalmente a leitura do Antigo Testamento; /* a oração dos Salmos
/* e sobretudo a memória dos eventos salvadores e das realidades significativas
que encontraram sua realização no Mistério de Cristo (a Promessa e a Aliança, o
Êxodo e a Páscoa, o Reino e o Templo, o exílio e a volta).
§1094 É em tomo desta harmonia dos
dois Testamentos que se articula a catequese pascal do Senhor, e posteriormente
a dos Apóstolos e dos Padres da Igreja. Esta catequese desvenda O que
permanecia escondido sob a letra do Antigo Testamento: o mistério de Cristo.
Ela é denominada "tipológica" porque revela a novidade de Cristo a
partir das "figuras" (tipos) que a anunciavam nos fatos, nas palavras
e nos símbolos da primeira aliança. Por esta releitura no Espírito de verdade a
partir de Cristo, as figuras são desveladas. Assim, o dilúvio e a arca de Noé
prefiguravam a salvação pelo Batismo, o mesmo acontecendo com a nuvem e a
travessia do Mar Vermelho, e a água do rochedo era a figura dos dons
espirituais de Cristo; o maná do deserto prefigurava a Eucaristia, "o
verdadeiro Pão do Céu" (Jo 6,32).
§1095 É por isso que a Igreja,
particularmente no advento, na quaresma e sobretudo na noite de Páscoa, relê e
revive todos esses grandes acontecimentos da história da salvação no
"hoje" de sua liturgia. Mas isso exige também que a catequese ajude
os fiéis a se abrirem a esta compreensão "espiritual" da economia da salvação,
tal como a liturgia da Igreja a manifesta e no-la faz viver.
§1096 Liturgia judaica e liturgia cristã. Um conhecimento mais aprimorado
da fé e da vida religiosa do povo judaico, tais como são professadas e vividas
ainda hoje, pode ajudar a compreender melhor certos aspectos da liturgia
cristã. Para os judeus e para os cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte
essencial de suas liturgias: para a proclamação da Palavra de Deus, a resposta
a esta palavra, a oração de louvor e de intercessão pelos vivos e pelos mortos,
o recurso à misericórdia divina. A Liturgia da palavra, em sua estrutura
própria, tem sua origem na oração judaica. A Oração das horas, bem como outros
textos e formulários litúrgicos, tem seus paralelos na oração judaica, o mesmo
acontecendo com as próprias fórmulas de nossas orações mais veneráveis, entre
elas o Pai-Nosso. Também as orações eucarísticas inspiram-se em modelos da
tradição judaica. As relações entre liturgia judaica e liturgia cristã mas
também a diferença de seus conteúdos são particularmente visíveis nas grandes
festas do ano litúrgico, como a Páscoa. Cristãos e judeus celebram a Páscoa;
Páscoa da história, orientada para o futuro, entre os judeus; Páscoa realizada
na morte e na Ressurreição de Cristo, entre os cristãos, ainda que sempre à espera
da consumação definitiva.
§1097 Na liturgia da nova aliança, toda ação litúrgica, especialmente a
celebração da Eucaristia e dos sacramentos, é um encontro entre Cristo e a
Igreja. A assembléia litúrgica tira sua unidade da "comunhão do Espírito
Santo", que congrega os filhos de Deus no único corpo de Cristo. Ela
ultrapassa as afinidades humanas, raciais, culturais e sociais.
§1098 A assembléia deve se preparar
para se encontrar com seu Senhor, deve ser "um povo bem-disposto".
Essa preparação dos corações é obra comum do Espírito Santo e da assembléia, em
particular de seus ministros. A graça do Espírito Santo procura despertar a fé,
a conversão do coração e a adesão à vontade do Pai. Essas disposições
constituem pressupostos para receber as outras graças oferecidas na própria
celebração e para os frutos de vida nova que ela está destinada a produzir
posteriormente.
§1099 O ESPÍRITO SANTO RECORDA O MISTÉRIO DE CRISTO O Espírito e a Igreja
cooperam para manifestar o Cristo e sua obra de salvação na liturgia.
Principalmente na Eucaristia, e analogicamente nos demais sacramentos, a
liturgia é memorial do Mistério da Salvação. O Espírito Santo é a memória viva
da Igreja.§1091-1109
L.13.17.5 Liturgia
obra da Trindade
§1076 A ECONOMIA SACRAMENTAL No dia de Pentecostes, pela efusão do
Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um
tempo novo na "dispensação do mistério": o tempo da Igreja, durante o
qual Cristo manifesta, toma presente e comunica sua obra de salvação pela liturgia
de sua Igreja, "até que ele venha" (1 Cor 11,26). Durante este tempo
da Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, própria
deste tempo novo. Age pelos sacramentos; é isto que a Tradição comum do Oriente
e do Ocidente chama de "economia sacramental"; esta consiste na
comunicação (ou "dispensação") dos frutos do Mistério Pascal de
Cristo na celebração da liturgia "sacramental" da Igreja. Por isso,
importa ilustrar primeiro esta "dispensação sacramental" (Capítulo
I). Assim aparecerão com mais clareza a natureza e os aspectos essenciais da
celebração litúrgica (Capítulo II.).
O Pai, fonte e fim da liturgia -
§1077 "Bendito seja o Deus e
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos
espirituais, nos céus, em Cristo. Nele escolheu-nos antes da fundação do mundo
para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor. Ele nos predestinou
para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo, conforme o beneplácito de
sua vontade, para louvor e glória de sua graça, com a qual ele nos agraciou no
Bem-amado" (Ef 1,3-6).
§1078 Abençoar é uma ação divina
que dá a vida e da qual o Pai é a fonte. Sua bênção é ao mesmo tempo palavra e
dom (benedictio, eulogia, pronuncie "euloguia"). Aplicado ao homem,
esse termo significar a adoração e a entrega a seu criador, na ação de graças.
§1079 Desde o início até a
consumação dos tempos, toda a obra de Deus é bênção. Desde o poema litúrgico da
primeira criação até os cânticos da Jerusalém celeste os autores inspirados
anunciam o projeto de salvação como uma imensa bênção divina.
§1080 Desde o começo, Deus abençoa
os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com Noé e com todos
os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem,
por causa do qual a terra é "amaldiçoada". Mas é a partir de Abra o
que a bênção divina penetra a história dos homens, que caminhava para a morte,
para fazê-la retomar à vida, à sua fonte: pela fé do "pai dos
crentes" que acolhe a bênção, inaugura-se a história da salvação.
§1081 As bênçãos divinas
manifestam-se em eventos impressionantes e salvadores: o nascimento de Isaac, a
saída do Egito (Páscoa e Êxodo), o dom da Terra Prometida, a eleição de Davi, a
presença de Deus no templo, o exílio purificador e o retomo de um "pequeno
resto". A lei, os profetas e os salmos, que tecem a liturgia do povo
eleito, lembram essas bênçãos divinas e ao mesmo tempo lhes respondem mediante
as bênçãos de louvor e de ação de graças.
§1082 Na liturgia da Igreja, a
bênção divina é plenamente revelada e comunicada: o Pai é reconhecido e adorado
como a fonte e o fim de todas as bênçãos da criação e da salvação; em seu
Verbo, encarnado, morto e ressuscitado por nós, ele nos cumula com suas
bênçãos, e por meio dele derrama em nossos corações o dom que contém todos os
dons: o Espírito Santo
§1083 Compreende-se então a dupla
dimensão da liturgia cristã como resposta de fé e de amor às "bênçãos
espirituais" com as quais o Pai nos presenteia. Por um lado, a Igreja,
unida a seu Senhor e "sob a ação do Espírito Santo", bendiz o Pai
"por seu dom inefável" (2Cor 9,15) mediante a adoração, o louvor e a
ação de graças. Por outro lado, e até a consumação do projeto de Deus, a Igreja
não cessa de oferecer ao Pai "a oferenda de seus próprios dons" e de
implorar que Ele envie o Espírito Santo sobre a oferta, sobre si mesma, sobre
os fiéis e sobre o mundo inteiro, a fim de que pela comunhão com a morte e a
ressurreição de Cristo Sacerdote e pelo poder do Espírito estas bênçãos divinas
produzam frutos de vida "para louvor e glória de sua graça" (Ef 1,6).
§1084 CRISTO GLORIFICADO...
"Sentado à direita do Pai" e derramando o Espírito Santo em seu Corpo
que é a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, instituídos por Ele para
comunicar sua graça. Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações),
acessíveis à nossa humanidade atual. Realizam eficazmente a graça que
significam em virtude da ação de Cristo e pelo poder do Espírito Santo
§1085 Na liturgia da Igreja, Cristo
significa e realiza principalmente seu mistério pascal. Durante sua vida
terrestre, Jesus anunciava seu Mistério pascal por seu ensinamento e o
antecipava por seus atos. Quando chegou sua hora, viveu o único evento da
história que não passa: Jesus morre, é sepultado, ressuscita dentre os mortos e
está sentado à direita do Pai "uma vez por todas" (Rm 6,10; Hb 7,27;
9,12). É um evento real, acontecido em nossa história, mas é único: todos os
outros eventos da história acontecem uma vez e depois passam, engolidos pelo
passado. O Mistério pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no
passado, já que por sua morte destruiu a morte, e tudo o que Cristo é, fez e
sofreu por todos os homens participa da eternidade divina, e por isso abraça
todos os tempos e nele se mantém presente. O evento da cruz e da ressurreição
permanece e atrai tudo para a vida.
§1086 ... A PARTIR DA IGREJA DOS
APÓSTOLOS... "Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma Ele
mesmo enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para pregarem o
Evangelho a toda criatura, anunciarem que o Filho de Deus, por sua Morte e
Ressurreição, nos libertou do poder de Satanás e da morte e nos transferiu para
o reino do Pai, mas ainda para levarem a efeito o que anunciavam: a obra da
salvação por meio do sacrifício e dos sacramentos, em tomo dos quais gravita
toda a vida litúrgica."
§1087 Dessa forma, Cristo
ressuscitado, ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos, confia-lhes seu poder de
santificação: eles tomam-se assim sinais sacramentais de Cristo. Pelo poder do
mesmo Espírito Santo, os Apóstolos confiam este poder a seus sucessores. Esta
"sucessão apostólica" estrutura toda a vida litúrgica da Igreja; ela
mesma é sacramental, transmitida pelo sacramento da ordem.
§1088 ... ESTÁ PRESENTE NA LITURGIA TERRESTRE... "Para levar a
efeito tão grande obra" a saber, a dispensação ou comunicação de sua obra
de salvação" Cristo está sempre presente em sua Igreja, sobretudo nas
ações litúrgicas. Presente está no sacrifício da missa, tanto na pessoa do
ministro, pois 'aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o
mesmo que outrora se ofereceu na cruz', quanto sobretudo sob as espécies
eucarísticas. Presente está por sua força nos sacramentos, a tal ponto que,
quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza. Presente está por sua palavra,
pois é ele mesmo quem fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja.
Presente está, finalmente, quando a Igreja reza e salmodia, ele que prometeu:
'Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles'
(Mt 18,20)."
§1089 "Na realização de tão
grande obra, por meio da qual Deus é perfeitamente glorificado e os homens são
santificados, Cristo sempre associa a si a Igreja, sua esposa direitíssima, que
o invoca como seu Senhor e por ele presta culto ao eterno Pai.
§1090 ... QUE PARTICIPA DA LITURGIA CELESTE... "Na liturgia
terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que se celebra na
cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos.
Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do
tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um
hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer
parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo,
até que ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com ele na glória."
§O Espírito Santo e a Igreja na
liturgia - 1091 Na liturgia, o Espírito Santo é o pedagogo da fé do povo de
Deus, o artífice das "obras-primas de Deus", que são os sacramentos
da nova aliança. O desejo e a obra do Espírito no coração da Igreja é que
vivamos da vida de Cristo ressuscitado. Quando encontra em nós a resposta de fé
que ele mesmo suscitou, realiza-se uma verdadeira cooperação. Por meio dela a
liturgia se toma a obra comum do Espírito Santo e da Igreja.
§1092 Nesta comunicação sacramental
do mistério de Cristo, o Espírito age da mesma forma que nos outros tempos da
economia da salvação: prepara a Igreja para encontrar seu Senhor, recorda e
manifesta Cristo à fé da assembléia, torna presente e atualiza o mistério de
Cristo por seu poder transformador e, finalmente, como Espírito de comunhão,
une a Igreja à vida e à missão de Cristo.
§1093 O ESPÍRITO SANTO PREPARA PARA
ACOLHER A CRISTO Na economia sacramental o Espírito Santo leva à realização as
figuras da antiga aliança. Visto que a Igreja de Cristo estava
"admiravelmente preparada na história do Povo de Israel e na Antiga
Aliança", a liturgia da Igreja conserva como parte integrante e
insubstituível - tomando-os seus - alguns elementos do culto da Antiga Aliança:
* principalmente a leitura do Antigo Testamento; /* a oração dos Salmos
/* e sobretudo a memória dos eventos salvadores e das realidades significativas
que encontraram sua realização no Mistério de Cristo (a Promessa e a Aliança, o
Êxodo e a Páscoa, o Reino e o Templo, o exílio e a volta).
§1094 É em tomo desta harmonia dos
dois Testamentos que se articula a catequese pascal do Senhor, e posteriormente
a dos Apóstolos e dos Padres da Igreja. Esta catequese desvenda O que
permanecia escondido sob a letra do Antigo Testamento: o mistério de Cristo.
Ela é denominada "tipológica" porque revela a novidade de Cristo a
partir das "figuras" (tipos) que a anunciavam nos fatos, nas palavras
e nos símbolos da primeira aliança. Por esta releitura no Espírito de verdade a
partir de Cristo, as figuras são desveladas. Assim, o dilúvio e a arca de Noé
prefiguravam a salvação pelo Batismo, o mesmo acontecendo com a nuvem e a travessia
do Mar Vermelho, e a água do rochedo era a figura dos dons espirituais de
Cristo; o maná do deserto prefigurava a Eucaristia, "o verdadeiro Pão do
Céu" (Jo 6,32).
§1095 É por isso que a Igreja,
particularmente no advento, na quaresma e sobretudo na noite de Páscoa, relê e
revive todos esses grandes acontecimentos da história da salvação no
"hoje" de sua liturgia. Mas isso exige também que a catequese ajude
os fiéis a se abrirem a esta compreensão "espiritual" da economia da
salvação, tal como a liturgia da Igreja a manifesta e no-la faz viver.
§1096 Liturgia judaica e liturgia
cristã. Um conhecimento mais aprimorado da fé e da vida religiosa do povo
judaico, tais como são professadas e vividas ainda hoje, pode ajudar a
compreender melhor certos aspectos da liturgia cristã. Para os judeus e para os
cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte essencial de suas liturgias: para a
proclamação da Palavra de Deus, a resposta a esta palavra, a oração de louvor e
de intercessão pelos vivos e pelos mortos, o recurso à misericórdia divina. A
Liturgia da palavra, em sua estrutura própria, tem sua origem na oração
judaica. A Oração das horas, bem como outros textos e formulários litúrgicos,
tem seus paralelos na oração judaica, o mesmo acontecendo com as próprias fórmulas
de nossas orações mais veneráveis, entre elas o Pai-Nosso. Também as orações
eucarísticas inspiram-se em modelos da tradição judaica. As relações entre
liturgia judaica e liturgia cristã mas também a diferença de seus conteúdos são
particularmente visíveis nas grandes festas do ano litúrgico, como a Páscoa.
Cristãos e judeus celebram a Páscoa; Páscoa da história, orientada para o
futuro, entre os judeus; Páscoa realizada na morte e na Ressurreição de Cristo,
entre os cristãos, ainda que sempre à espera da consumação definitiva.
§1097 Na liturgia da nova aliança,
toda ação litúrgica, especialmente a celebração da Eucaristia e dos
sacramentos, é um encontro entre Cristo e a Igreja. A assembléia litúrgica tira
sua unidade da "comunhão do Espírito Santo", que congrega os filhos
de Deus no único corpo de Cristo. Ela ultrapassa as afinidades humanas,
raciais, culturais e sociais.
§1098 A assembléia deve se preparar
para se encontrar com seu Senhor, deve ser "um povo bem-disposto".
Essa preparação dos corações é obra comum do Espírito Santo e da assembléia, em
particular de seus ministros. A graça do Espírito Santo procura despertar a fé,
a conversão do coração e a adesão à vontade do Pai. Essas disposições
constituem pressupostos para receber as outras graças oferecidas na própria
celebração e para os frutos de vida nova que ela está destinada a produzir
posteriormente.
§1099 O ESPÍRITO SANTO RECORDA O
MISTÉRIO DE CRISTO O Espírito e a Igreja cooperam para manifestar o Cristo e
sua obra de salvação na liturgia. Principalmente na Eucaristia, e
analogicamente nos demais sacramentos, a liturgia é memorial do Mistério da
Salvação. O Espírito Santo é a memória viva da Igreja.
§1100 A Palavra de Deus. O Espírito
Santo recorda primeiro à assembléia litúrgica o sentido do evento da salvação,
dando vida à Palavra de Deus, que é anunciada para ser recebida e vivida: Na
celebração da liturgia é máxima a importância da Sagrada Escritura, pois dela
são tirados os textos que se lêem e que são explicados na homília e os salmos
cantados. E de sua inspiração e bafejo que surgiram as preces, as orações e os
hinos litúrgicos. E é dela também que as ações e os símbolos tiram sua
significação.
§1101 É o Espírito Santo que dá aos
leitores e aos ouvintes, segundo as disposições de seus corações, a compreensão
espiritual da Palavra de Deus. Por meio das palavras, das ações e dos símbolos
que formam a trama de uma celebração, o Espírito põe os fiéis e os ministros em
relação viva com Cristo, palavra e imagem do Pai, a fim de que possam fazer
passar à sua vida o sentido daquilo que ouvem, contemplam e fazem na
celebração.
§1102 "E a palavra da salvação
que alimenta a fé no coração dos cristãos: é ela que faz nascer e dá
crescimento à comunhão dos cristãos." O anúncio da Palavra de Deus não se
limita a um ensinamento: quer suscitar a resposta da fé, como consentimento e
compromisso, em vista da aliança entre Deus e seu povo. E ainda o Espírito
Santo que dá a graça da fé, que a fortifica e a faz crescer na comunidade. A
assembléia litúrgica é primeiramente comunhão na fé.
§1103 A anamnese. A celebração
litúrgica refere-se sempre às intervenções salvíficas de Deus na história.
"A economia da revelação concretiza-se por meio das ações e das palavras
intimamente interligadas.(...) As palavras proclamam as obras e elucidam o
mistério nelas contido." Na liturgia da palavra, o Espírito Santo
"recorda" à assembléia tudo o que Cristo fez por nós. Segundo a
natureza das ações litúrgicas e as tradições rituais das Igrejas, uma celebração
"faz memória" das maravilhas de Deus em uma anamnese mais ou menos
desenvolvida. O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita
então a ação de graças e o louvor (doxologia).
§1104 O ESPÍRITO SANTO ATUALIZA O
MISTÉRIO DE CRISTO A liturgia cristã não somente recorda os acontecimentos que
nos salvaram, como também os atualiza, toma-os presentes. O mistério pascal de
Cristo é celebrado, não é repetido; o que se repete são as celebrações; em cada
uma delas sobrevêm a efusão do Espírito Santo que atualiza o único mistério.
§1105 A epiclese ("invocação
sobre") é a intercessão na qual o sacerdote suplica ao Pai que envie o
Espírito Santificador para que as oferendas se tornem o Corpo e o Sangue de
Cristo, e para que ao recebê-los os fiéis se tomem eles mesmos uma oferenda
viva a Deus.
§1106 Juntamente com a anamnese, a
epiclese está no cerne de cada celebração sacramental, mais especialmente da
Eucaristia: Perguntas como o pão se converte no Corpo de Cristo e o vinho em
Sangue de Cristo.
Respondo-te: o Espírito Santo irrompe e realiza aquilo que ultrapassa
toda palavra e todo pensamento... Basta-te saber que isso acontece por obra do
Espírito Santo, do mesmo modo que, da Santíssima Virgem e pelo mesmo Espírito
Santo, o Senhor por si mesmo e em si mesmo assumiu a carne.
§1107 O poder transformador do
Espírito Santo na liturgia apressa a vinda do Reino e a consumação do mistério
da salvação. Na expectativa e na esperança ele nos faz realmente antecipar a
comunhão plena da Santíssima Trindade. Enviado pelo Pai que ouve a epiclese da
Igreja, o Espírito dá a vida aos que o acolhem e constitui para eles, desde já,
"o penhor" de sua herança.
§1108A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO O
fim da missão do Espírito Santo em toda a ação litúrgica é colocar-se em
comunhão com Cristo para formar seu corpo. O Espírito Santo é como que a seiva
da videira do Pai que produz seus frutos nos ramos. Na liturgia realiza-se a
cooperação mais íntima entre o Espírito Santo e a Igreja. Ele, o Espírito de
comunhão, permanece indefectivelmente na Igreja, e é por isso que a Igreja é o
grande sacramento da Comunhão divina que congrega os filhos de Deus dispersos.
O fruto do Espírito na liturgia é inseparavelmente comunhão com a Santíssima
Trindade e comunhão fraterna entre os irmãos.
§1109 A epiclese é também a oração
para o efeito pleno da comunhão da assembléia com o mistério de Cristo. "A
graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito
Santo" (2Cor 13,13) devem permanecer sempre conosco e produzir frutos para
além da celebração eucarística. A Igreja pede, pois, ao Pai que envie o
Espírito Santo para que faça da vida dos fiéis uma oferenda viva a Deus por
meio da transformação espiritual à imagem de Cristo, (por meio) da preocupação
pela unidade da Igreja e da participação da sua missão pelo testemunho e pelo
serviço da caridade.
L.13.18 Tempo litúrgico
§1163 Quando celebrar? O TEMPO LITÚRGICO "A Santa mãe Igreja julga
seu dever celebrar com piedosa recordação, em certos dias fixos no decurso do
ano, a obra salvífica de seu divino esposo. Em cada semana, no dia que ela
passou a chamar 'dia do Senhor', recorda a ressurreição do Senhor, celebrando-a
uma vez por ano, juntamente com sua sagrada paixão, na solenidade máxima da
Páscoa. E desdobra todo o mistério de Cristo durante o ciclo do ano (...)
Recordando assim os mistérios da Redenção, franqueia aos fiéis as riquezas das
virtudes e dos méritos de seu Senhor, de maneira a torná-los como que presentes
o tempo todo, para que os fiéis entrem em contato com eles e sejam repletos da
graça da salvação."
§1164 O povo de Deus, desde a lei
mosaica, conheceu festas fixas a partir da páscoa para comemorar as ações
admiráveis do Deus salvador, dar-lhe graças por elas, perpetuar-lhes a
lembrança e ensinar às novas gerações a conformar sua conduta com elas. Na era
da Igreja, situada entre a páscoa de Cristo, já realizada uma vez por todas, e
a consumação dela no Reino de Deus, a liturgia celebrada em dias fixos está
toda impregnada da novidade do mistério de Cristo.
§1165 Quando celebra o mistério de
Cristo, há uma palavra que marca a oração da Igreja: hoje!, fazendo eco à
oração que seu Senhor lhe ensinou e o apelo do Espírito Santo'. Este
"hoje" do Deus vivo em que O homem é chamado a entrar é "a
hora"; da Páscoa de Jesus que atravessa e leva toda a história:
A vida estendeu-se sobre todos os seres, e todos ficam repletos de uma
generosa luz; o Oriente dos orientes invadiu o universo, e aquele que era
"antes da estrela da manhã" e antes dos astros, imortal e imenso, o
grande Cristo brilha sobre todos os seres mais que o sol! É por isso que, para
nós que cremos nele, se instaura um dia de luz, longo, eterno, que não se
apaga: a páscoa mística'.
§ 1166 O DIA DO SENHOR"Devido
tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a
Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o
dia do Senhor ou domingo. " O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo
tempo "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da
criação, e o "oitavo dia", em que Cristo, depois de seu
"repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O Senhor
fez", o "dia que não conhece ocaso". A "Ceia do
Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se
encontra com o Senhor ressuscitado, que Os convida a seu banquete:
O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso
dia. E por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor
subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também
nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje
apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.
§1167 O domingo é o dia por
excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem "para,
ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão,
ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os 'regenerou
para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os
mortos"
Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de
domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois
foi nele que se deu o começo da criação (...) a salvação do mundo (...) a
renovação do gênero humano.(...) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o
universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele
foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele
sem medo.
§1168 O ANO LITÚRGICO Partindo o
tríduo pascal, como de sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche
todo o ano litúrgico com sua claridade. Aproximando-se progressivamente de
ambas as vertentes desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. É
realmente "ano de graça do Senhor". A economia da salvação está em
ação moldura do tempo, mas desde a sua realização na Páscoa de Jesus e a efusão
do Espírito Santo o fim da história é antecipado, "em antegozo", e o
Reino de Deus penetra nosso tempo.
§1169 Por isso, a páscoa não é
simplesmente uma festa entre outras: é a "festa das festas",
"solenidade das solenidades", como a Eucaristia é o sacramento dos
sacramentos (o grande sacramento). Santo Atanásio a denomina "o grande
domingo como a semana santa é chamada no Oriente "a grande semana". O
mistério da ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho
tempo com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido.
§1170 No Concílio de Nicéia (em
325), todas as Igrejas chegaram a um acordo acerca de que a páscoa cristã fosse
celebrada no domingo que segue a lua cheia (14 Nisan) depois do equinócio de
primavera. Por causa dos diversos métodos utilizados para calcular o dia 14 de
mês de Nisan, o dia da Páscoa nem sempre ocorre simultaneamente nas Igrejas
ocidentais e orientais. Por isso busca-se um acordo, a fim de se chegar
novamente a celebrar em uma data comum o dia da Ressurreição do Senhor.
§1171 O ano litúrgico é o
desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal. Isto vale muito
particularmente para o ciclo das festas em tomo do mistério da encarnação
(Anunciação, Natal, Epifania) que comemoram o começo de nossa salvação e nos
comunicam as primícias do Mistério da Páscoa.
§1172 O SANTORAL NO ANO LITÚRGICO
"Ao celebrar o ciclo anual dos mistérios de Cristo, a santa Igreja venera
com particular amor a bem-aventurada mãe de Deus, Maria, que por um vínculo
indissolúvel está unida à obra salvífica de seu Filho; em Maria a Igreja admira
e exalta o mais excelente fruto da redenção e a contempla com alegria como
puríssima imagem do que ela própria anseia e espera ser em sua totalidade."
§1173 Quando, no ciclo anual, a
Igreja faz memória dos mártires e dos outros santos, "proclama o mistério
pascal" naqueles e naquelas "que sofreram com Cristo e estão
glorificados com ele, e propõe seu exemplo aos fiéis para que atraia todos ao
Pai por Cristo e, por seus méritos, impetra os benefícios de Deus"
§1174 A LITURGIA DAS HORAS O mistério de Cristo, sua Encarnação e sua
Páscoa, que celebramos na Eucaristia, especialmente na assembléia dominical,
penetra e transfigura o tempo de cada dia pela celebração da Liturgia das
Horas, "o Ofício Divino" Esta celebração, em fidelidade às
recomendações apostólicas de "orar sem cessar", "está
constituída de tal modo que todo o curso do dia e da noite seja consagrado pelo
louvor de Deus" Ela constitui "a oração pública da Igreja", na
qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos) exercem o sacerdócio régio dos
batizados. Celebrada "segundo a forma aprovada" pela Igreja, a
Liturgia das Horas "é verdadeiramente a voz da própria esposa que fala com
o esposo, e é até a oração de Cristo, com seu corpo, ao Pai".
§1175 A Liturgia das Horas é
destinada a tornar-se a oração de todo o povo de Deus. Nela, o próprio Cristo
"continua a exercer sua função sacerdotal por meio de sua Igreja";
cada um participa dela segundo seu lugar próprio na Igreja e segundo as
circunstâncias de sua vida: os presbíteros, enquanto dedicados ao ministério da
palavra; os religiosos e as religiosas, pelo carisma de sua vida consagrada;
todos os fiéis, segundo suas possibilidades: "Os pastores de almas
cuidarão que as horas principais, especialmente as vésperas, nos domingos e
dias festivos mais solenes, sejam celebradas comunitariamente na Igreja.
Recomenda-se que os próprios leigos recitem o Ofício divino, ou juntamente com
os presbíteros, ou reunidos entre si, e até cada um individualmente".
§1176 Celebrar Liturgia das Horas
exige não somente que se harmonize a voz com o coração que reza, mas também
"que se adquira um conhecimento litúrgico e bíblico mais rico,
principalmente dos Salmos".
§1177 Os hinos e as ladainhas da
Oração das Horas inserem a oração dos salmos no tempo da Igreja, exprimindo o
simbolismo do momento do dia, do tempo litúrgico ou da festa celebrada. Além
disso, a leitura da Palavra de Deus a cada hora (com os responsos ou os tropários
que vêm depois dela) e, em certas horas, as leituras dos Padres da Igreja e dos
mestres espirituais revelam mais profundamente o sentido do mistério celebrado,
ajudam na compreensão dos salmos e preparam para a oração silenciosa. A lectio
divina, em que a Palavra de Deus é lida e meditada para tornar-se oração, está
assim enraizada na celebração litúrgica.
§1178 A liturgia das Horas, que é
como que um prolongamento da celebração eucarística, não exclui, mas requer de
maneira complementar as diversas devoções do Povo de Deus, particularmente a
adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.
L.13.18.1 ANO
LITÚRGICO
1168 O ANO LITÚRGICO Partindo o tríduo pascal, como de sua fonte de luz,
o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico com sua claridade.
Aproximando-se progressivamente de ambas as vertentes desta fonte, o ano é
transfigurado pela liturgia. É realmente "ano de graça do Senhor". A
economia da salvação está em ação moldura do tempo, mas desde a sua realização
na Páscoa de Jesus e a efusão do Espírito Santo o fim da história é antecipado,
"em antegozo", e o Reino de Deus penetra nosso tempo.
L.13.18.1.1 Explicação
do mistério pascal
§1171 O ano litúrgico é o
desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal. Isto vale muito
particularmente para o ciclo das festas em tomo do mistério da encarnação
(Anunciação, Natal, Epifania) que comemoram o começo de nossa salvação e nos
comunicam as primícias do Mistério da Páscoa.
L.13.18.1.2 Interpretação
dos tempos pela liturgia
§1095 É por isso que a Igreja, particularmente no advento, na quaresma e
sobretudo na noite de Páscoa, relê e revive todos esses grandes acontecimentos
da história da salvação no "hoje" de sua liturgia. Mas isso exige
também que a catequese ajude os fiéis a se abrirem a esta compreensão
"espiritual" da economia da salvação, tal como a liturgia da Igreja a
manifesta e no-la faz viver.
L.13.18.1.3
Memória da Virgem Maria
§1172 O SANTORAL NO ANO LITÚRGICO "Ao celebrar o ciclo anual dos
mistérios de Cristo, a santa Igreja venera com particular amor a bem-aventurada
mãe de Deus, Maria, que por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica
de seu Filho; em Maria a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto da
redenção e a contempla com alegria como puríssima imagem do que ela própria
anseia e espera ser em sua totalidade."
§1370 À oferenda de Cristo unem-se
não somente os membros que estão ainda na terra, mas também os que já estão na
glória do céu: é em comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo memória
dela, assim como de todos os santos e santas, que a Igreja oferece o Sacrifício
Eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao pé da cruz,
unida à oferta e à intercessão de Cristo.
L.13.18.1.4 Memória
dos santos
§1173 Quando, no ciclo anual, a Igreja faz memória dos mártires e dos
outros santos, "proclama o mistério pascal" naqueles e naquelas
"que sofreram com Cristo e estão glorificados com ele, e propõe seu
exemplo aos fiéis para que atraia todos ao Pai por Cristo e, por seus méritos,
impetra os benefícios de Deus"
L.13.18.1.5 Mistério
Pascal fundamento da interpretação do ano litúrgico
§1168 O ANO LITÚRGICO Partindo o
tríduo pascal, como de sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche
todo o ano litúrgico com sua claridade. Aproximando-se progressivamente de
ambas as vertentes desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. É
realmente "ano de graça do Senhor". A economia da salvação está em
ação moldura do tempo, mas desde a sua realização na Páscoa de Jesus e a efusão
do Espírito Santo o fim da história é antecipado, "em antegozo", e o
Reino de Deus penetra nosso tempo.
§1169 Por isso, a páscoa não é
simplesmente uma festa entre outras: é a "festa das festas",
"solenidade das solenidades", como a Eucaristia é o sacramento dos
sacramentos (o grande sacramento). Santo Atanásio a denomina "o grande
domingo como a semana santa é chamada no Oriente "a grande semana". O
mistério da ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho
tempo com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido.
L.13.18.2 Domingo
§O DIA DO SENHOR 1166 "Devido
tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a
Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o
dia do Senhor ou domingo. " O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo
tempo "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da
criação, e o "oitavo dia", em que Cristo, depois de seu
"repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O Senhor
fez", o "dia que não conhece ocaso". A "Ceia do
Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se
encontra com o Senhor ressuscitado, que Os convida a seu banquete:
O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso
dia. E por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor
subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também
nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje
apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.
§1167 O domingo é o dia por
excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem "para,
ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão,
ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os 'regenerou
para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os
mortos"
Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de
domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois
foi nele que se deu o começo da criação (...) a salvação do mundo (...) a
renovação do gênero humano.(...) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o
universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele
foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele
sem medo.
L.13.18.2.1 Celebração
das outras festividades
A EUCARISTIA DOMINICAL
§2177 A celebração dominical do Dia
e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja. "O domingo,
dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser
guardado em toda a Igreja como dia de festa de preceito por excelência."
"Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus
Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de
Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José,
dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os Santos."
L.13.18.2.2 Dia
do Senhor
§1166 O DIA DO SENHOR "Devido tradição apostólica que tem origem no
próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a
cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou domingo. " O
dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo "o primeiro dia da
semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia",
em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande sábado, inaugura o
dia "que O Senhor fez", o "dia que não conhece ocaso". A
"Ceia do Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos
fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que Os convida a seu banquete:
O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso
dia. E por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor
subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também
nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje
apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.
§1167 O domingo é o dia por
excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem "para, ouvindo
a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão,
ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os 'regenerou
para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os
mortos"
Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de
domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois
foi nele que se deu o começo da criação (...) a salvação do mundo (...) a
renovação do gênero humano.(...) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o
universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele
foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele
sem medo.
L.13.18.2.3 Importância
da celebração eucarística dominical
§2177 A EUCARISTIA DOMINICAL
A celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração
da vida da Igreja. "O domingo, dia em que por tradição apostólica se
celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como dia de festa
de preceito por excelência."
"Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus
Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de
Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José,
dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os Santos."
§2178 Esta prática da assembléia
cristã data dos inícios da era apostólica. A Epístola aos Hebreus lembra:
"Não deixemos as nossas assembléias, como alguns costumam fazer.
Procuremos animar-nos sempre mais" (Hb 10,25).
A Tradição guarda a lembrança de uma exortação sempre atual: "Vir
cedo à Igreja, aproximar-se do Senhor e confessar seus pecados, arrepender-se
na oração...Participar da santa e divina liturgia terminar a oração e não sair
antes da despedida... Dissemos muitas vezes: este dia vos é dado para a oração
e o repouso. E o dia que o Senhor fez. Exultemos e alegremo-nos nele"
§2179 "Paróquia é uma
determinada comunidade de fiéis, constituída de maneira estável na Igreja
particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco, como a seu pastor
próprio, sob autoridade do bispo diocesano." E o lugar onde todos os fiéis
podem ser congregados pela celebração dominical da Eucaristia. A paróquia
inicia o povo cristão na expressão ordinária da vida litúrgica, reúne-o nesta
celebração, ensina a doutrina salvífica de Cristo, pratica a caridade do Senhor
nas obras boas e fraternas.
Não podes rezar em casa como na Igreja, onde se encontra o povo reunido,
onde o grito é lançado a Deus de um só coração. Há ali algo mais, a união dos
espíritos, a harmonia das almas o vínculo da caridade, as orações dos
presbíteros.
Mãe e Virgem de Guadalupe interceda
por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos