Catecismo da Igreja Católica

ÍNDICE ANALÍTICO

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P.54 PODER DE DEUS

P.54.1 Aparente impotência de Deus

§272 MISTÉRIO DA APARENTE IMPOTÊNCIA DE DEUS

A fé em Deus Pai Todo-Poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal. Ora, Deus Pai revelou sua Onipotência da maneira mais misteriosa no rebaixamento voluntário e na Ressurreição de seu Filho, pelos quais venceu o mal. Assim, Cristo crucificado é "poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1Cor 1,25). Foi na Ressurreição e na exaltação de Cristo que o Pai "desdobrou o vigor de sua força" e manifestou "que extraordinária grandeza reveste seu poder para nós, os que cremos" (Ef 1,19-22).

§272 MISTÉRIO DA APARENTE IMPOTÊNCIA DE DEUS

A fé em Deus Pai Todo-Poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal. Ora, Deus Pai revelou sua Onipotência da maneira mais misteriosa no rebaixamento voluntário e na Ressurreição de seu Filho, pelos quais venceu o mal. Assim, Cristo crucificado é "poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1Cor 1,25). Foi na Ressurreição e na exaltação de Cristo que o Pai "desdobrou o vigor de sua força" e manifestou "que extraordinária grandeza reveste seu poder para nós, os que cremos" (Ef 1,19-22).§272

P.54.2 Características do poder de Deus

§268 De todos os atributos divinos, só a onipotência de Deus é mencionada no Símbolo: confessá-la é de grande importância para nossa vida. Nós cremos que ela é universal, pois Deus que criou tudo, governa tudo e pode tudo, é também de amor, pois Deus é nosso Pai; e é misteriosa, pois somente a fé pode discerni-la, quando (a onipotência divina) "se manifesta na fraqueza" (2Cor 12,9).

§270 "TU TE COMPADECES DE TODOS, PORQUE TUDO PODES" (SB 11,23)

Deus é o Pai Todo-Poderoso. Sua paternidade e seu poder iluminam-se mutuamente. Com efeito, ele mostra sua onipotência paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pela adoção filial que nos outorga ("Serei para vós um pai, e sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso": 2Cor 6,18), e finalmente por sua misericórdia infinita, pois mostra seu poder no mais alto grau, perdoando livremente os pecados.

P.54.3 Fé na onipotência de Deus

§273 Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos onipotência de Deus. Esta fé gloria-se de suas fraquezas a fim de atrair sobre si o poder de Cristo, Desta fé, a Virgem Maria é o modelo supremo, ela que acreditou que "nada impossível a Deus" (Lc 1,37) e que pôde engrandecer o Senhor. "O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor, seu nome é Santo" (Lc 1,49).

§274 "Por isso, nada é mais adequado para consolidar nossa Fé e nossa esperança do que a convicção profundamente gravada em nossas almas de que nada é impossível a Deus. Pois tudo o que [o Credo] a seguir nos propor a crer - as maiores coisas, as mais incompreensíveis, bem como as que mais ultrapassam as leis ordinárias da natureza, desde que nossa: razão tenha pelo menos idéia da onipotência divina, ela admitirá facilmente e sem qualquer hesitação".

P.54.4 Manifestações do poder de Deus

§277 Deus manifesta sua onipotência convertendo-nos dos nossos pecados e restabelecendo-nos em sua amizade pela graça ("Deus, qui omnipotentiam tuam parcendo maxime et miserando manifestas... - O Deus, que manifestais o vosso poder sobretudo na misericórdia.".

§296 Cremos que Deus não precisa de nada preexistente nem de nenhuma ajuda para criar. A criação também não é uma emanação necessária da substância divina. Deus cria livremente "do nada":

Que haveria de extraordinário se Deus tivesse tirado o mundo de uma matéria preexistente? Um artífice humano, quando se lhe dá um material, faz dele tudo o que quiser. Ao passo que o poder de Deus se mostra precisamente quando parte do nada para fazer tudo o que quer.

§648 A Ressurreição de Cristo é objeto de fé enquanto intervenção transcendente do próprio Deus na criação e na história. Nela, as três Pessoas Divinas agem ao mesmo tempo, juntas, e manifestam sua originalidade própria. Ela aconteceu pelo poder do Pai que "ressuscitou" (At 2,24) Cristo, seu Filho, e desta forma introduziu de modo perfeito sua humanidade - com seu corpo - na Trindade. Jesus é definitivamente revelado "Filho de Deus com poder por sua Ressurreição dos mortos segundo o Espírito de santidade" (Rm 1,4). São Paulo insiste na manifestação do poder de Deus pela obra do Espírito que vivificou a humanidade morta de Jesus e a chamou ao estado glorioso de Senhor.

§1508 O Espírito Santo dá a algumas pessoas um carisma especial de cura para manifestar a força da graça do ressuscitado. Todavia, mesmo as orações mais intensas não conseguem obter a cura de todas as doenças. Por isso, São Paulo deve aprender do Senhor que "basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que minha força manifesta todo o seu poder" (2Cor 12,9), e que os sofrimentos que temos de suportar podem ter como sentido "completar na minha carne o que falta às tribulações de Cristo por seu

§2500 Verdade, beleza e arte sacra A prática do bem é acompanhada de um prazer espiritual gratuito e da beleza moral. Da mesma forma, a verdade implica a alegria e o esplendor da beleza espiritual. A verdade é bela em si mesma. A verdade da palavra, expressão racional do conhecimento da realidade criada e incriada, é necessária ao homem dotado de inteligência, mas a verdade também pode encontrar outras formas de expressão humana, complementares, sobretudo quando se trata de evocar o que ela contém de indizível, as profundezas do coração humano, as elevações da alma, o mistério de Deus. Antes de se revelar ao homem em palavras de verdade, Deus se lhe revela pela linguagem universal da criação, obra de sua Palavra, de sua Sabedoria: a ordem e a harmonia do cosmo que tanto a criança como o cientista descobrem , "a grandeza e a beleza das criaturas levam, por analogia, à contemplação de seu Autor" (Sb 13,5), "pois foi a própria fonte da beleza que as criou" (Sb 13,3).

A Sabedoria é um eflúvio do poder de Deus, emanação puríssima da glória do Todo-Poderoso; por isso nada de impuro pode nela insinuar-se. É reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem de sua bondade (Sb 7,25-26). A sabedoria é mais bela que o sol, supera todas as constelações. Comparada à luz do dia, sai ganhando, pois a luz cede lugar à noite, ao passo que, sobre a Sabedoria o mal não prevalece (Sb 7,29-30). Enamorei-me de sua formosura (Sb 8,2).

P.54.5 Onipotência divina nunca arbitrária

§271 A onipotência divina de modo algum é arbitrária. "Em Deus o poder e a essência, a vontade e a inteligência, a sabedoria e a justiça são uma só e mesma coisa, de sorte que nada pode estar no poder divino que não possa estar na vontade justa de Deus ou em sua inteligência sábia".

P.54.6 Palavra de Deus como poder

§124 "A Palavra de Deus, que é força de Deus para a salvação de todo crente, é apresentada e manifesta seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testamento." Estes escritos fornecem-nos a verdade definitiva da Revelação divina. Seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, ensinamentos, paixão e glorificação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.

§131 "É tão grande o poder e a eficácia encerrados na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual." "É preciso que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis."

P.54.7 Poder de Cristo

§449 Ao atribuir a Jesus o título divino de Senhor, as primeiras confissões de fé da Igreja afirmam, desde o início, que o poder, a honra e a glória devidos a Deus Pai cabem também a Jesus, por ser Ele "de condição divina" (Fl 2,6) e ter o Pai manifestado esta soberania de Jesus ressuscitando-o dos mortos e exaltando-o em sua glória.

§649 O Filho opera, por sua vez, a própria Ressurreição em virtude de seu poder divino. Jesus anuncia que o Filho do homem dever sofrer muito, morrer e, em seguida, ressuscitar (sentido ativo da palavra). Alhures, afirma explicitamente: "Eu dou a minha vida para retomá-la... Tenho poder de dá-la e poder para retomá-la" (Jo 10,17-18 "Nós cremos... que Jesus morreu, em seguida ressuscitou" (1Ts 4,14).

P.54.8 Poder de Deus nos sacramentos

§1128 Este o sentido da afirmação da Igreja: os sacramentos atuam ex opere operato (literalmente: "pelo próprio fato de a ação ser realizada"), isto é, em virtude da obra salvífica de Cristo, realizada uma vez por todas. Daí segue-se que "o sacramento não é realizado pela justiça do homem que o confere ou o recebe, mas pelo poder de Deus". A partir de momento em que um sacramento é celebrado em conformidade com a intenção da Igreja, o poder de Cristo e de seu Espírito agem nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. Contudo, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe.

P.54.9 Poder do Espírito Santo

§496 Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido "do Espírito Santo, sem sêmen". Os Padres vêem na conceição virginal o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa:

Assim, Santo Inácio de Antioquia (início do século II): "Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, verdadeiramente nascido de uma virgem... ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, {à cruz} por nossa salvação sob Pôncio Pilatos... ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente".

§1127Sacramentos da salvação Celebrados dignamente na fé, os sacramentos conferem a graça que significam. São eficazes porque neles age o próprio Cristo; é ele quem batiza, é ele quem atua em seus sacramentos, a fim de comunicar a graça significada pelo sacramento. O Pai sempre atende à oração da Igreja de seu Filho, a qual, na epiclese de cada sacramento, exprime sua fé no poder do Espírito. Assim como o fogo transforma nele mesmo tudo o que toca, o Espírito Santo transforma em vida divina o que é submetido ao seu poder.

§1238 A água batismal é então consagrada por uma oração de epiclese (seja no próprio momento, seja na noite pascal). A Igreja pede a Deus que, por seu Filho, o poder do Espírito Santo desça sobre esta água, para que os que forem batizados nela "nasçam da água e do Espírito" (Jo 3,5).

§2778 Esta força do Espírito que nos introduz na Oração do Senhor traduz-se nas liturgias do Oriente e do Ocidente pela bela expressão tipicamente cristã: "parrhesia", simplicidade sem rodeios, confiança filial, jovial segurança, audácia humilde, certeza de ser amado.

P.54.10 Sagrada Escritura afirma o poder de Deus

§269 "ELE FAZ TUDO O QUE QUER" (Sl 115,3)

As Sagradas Escrituras professam reiteradas vezes o poder universal de Deus. Ele é chamado "o Poderoso de Jacó" (Gn 49,24; Is 1,24 e.o.), "o Senhor dos exércitos", "o Forte, o Valente" (Sl 24,8-10). Se Deus é Todo-Poderoso "no céu e na terra" (Sl 135,6), é porque os fez. Por isso, nada lhe é impossível, e Ele dispõe à vontade de sua obra; Ele é o Senhor do universo, cuja ordem estabeleceu, ordem esta que lhe permanece inteiramente submissa e disponível; Ele é o Senhor da história: governa os corações e os acontecimentos à vontade. "Teu grande poder está sempre a teu serviço, e quem pode resistir à força de teu braço?" (Sb 11,21).

 

 Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos