ÍNDICE ANALÍTICO
Q
Q.1 QUARESMA
§540 A tentação de Jesus manifesta a maneira que o Filho de Deus tem de ser Messias o oposto da que lhe propõe Satanás e que os homens desejam atribuir-lhe. E por isso que Cristão venceu o Tentador por nós: "Pois não temos um sumo sacerdote incapaz de compadecer-se de nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado" (Hb 4,15). A Igreja se une a cada ano, mediante os quarenta dias da Grande Quaresma, ao mistério de Jesus no deserto.
§1095 É por isso que a Igreja, particularmente no advento, na quaresma e sobretudo na noite de Páscoa, relê e revive todos esses grandes acontecimentos da história da salvação no "hoje" de sua liturgia. Mas isso exige também que a catequese ajude os fiéis a se abrirem a esta compreensão "espiritual" da economia da salvação, tal como a liturgia da Igreja a manifesta e no-la faz viver.
§1438 Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna (obras de caridade e missionárias).
Q.2 QUEDA
Q.2.1 Causa da queda do homem
§215 DEUS É A VERDADE
"O princípio de tua palavra é a verdade, tuas normas são justiça para sempre" (Sl 119,160). "Sim, Senhor Deus, és tu que és Deus, tuas palavras são verdade" (2Sm 7,28); é por isso que as promessas de Deus sempre se realizam. Deus é a própria Verdade, suas palavras não podem enganar. É por isso que podemos entregar-nos com toda a confiança à verdade e à fidelidade de sua palavra em todas as coisas. O começo do pecado e da queda do homem foi uma mentira do tentador que induziu duvidar da palavra de Deus, de sua benevolência e fidelidade.
§385 Deus é infinitamente bom e todas as suas obras são boas. Todavia, ninguém escapa à experiência do sofrimento, dos males existentes na natureza que aparecem ligados às limitações próprias das criaturas e, sobretudo, à questão do mal moral. De onde vem o mal? "Eu perguntava de onde vem o mal e não encontrava saída", diz Santo Agostinho, e sua própria busca sofrida não encontrará saída, a não ser em sua conversão ao Deus vivo. Pois "o mistério da iniquidade" (2 Ts 2,7) só se explica à luz do "Mistério da piedade". A revelação do amor divino em Cristo manifestou ao mesmo tempo a extensão do mal e a superabundância da graça. Precisamos, pois, abordar a questão da origem do mal fixando o olhar de nossa fé naquele que, e só Ele, é o Vencedor do mal.
Q.2.2 Causa e origem da queda dos anjos
§391 Por trás da opção de desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a Deus e que, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo. A Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus. "Diabolus enim et alii daemones a Deo quidem natura creati sunt boni, sed ipsi per se facti sunt mali - Com efeito, o Diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa."
§392 A Escritura fala de um pecado desses anjos. Esta "queda" consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. Temos um reflexo desta rebelião nas palavras do Tentador ditas a nossos primeiros pais: "E vós sereis como deuses" (Gn 3,5). O Diabo é "pecador desde o princípio" (1Jo 3,8), "pai da mentira" (Jo 8,44).
§393 É o caráter irrevogável de sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. "Não existe arrependimento para eles depois da queda, como não existe para os homens após a morte."
§760 "O mundo foi criado em vista da Igreja", diziam os cristãos dos primeiros tempos. Deus criou o mundo em vista da comunhão com sua vida divina, comunhão esta que se realiza pela "convocação" dos homens em Cristo, e esta "convocação" é a Igreja. A Igreja é a finalidade de todas as coisas, e as próprias vicissitudes dolorosas, como a queda dos anjos e o pecado do homem, só foram permitidas por Deus como ocasião e meio para desdobrar toda a força de seu braço, toda a medida de amor que Ele queria dar ao mundo:
Assim como a vontade de Deus é um ato e se chama mundo, assim também sua intenção é a salvação dos homens e se chama Igreja.
Q.2.3 Deus não abandona o homem após a queda
§55 Esta Revelação não foi interrompida pelo pecado de nossos primeiros pais. Deus, com efeito, "após a queda destes, com a prometida redenção, alentou-os a esperar uma salvação e velou permanentemente pelo gênero humano, a fim de dar a vida eterna a todos aqueles que, pela perseverança na prática do bem, procuram a salvação"
E quando pela desobediência perderam vossa amizade, não os abandonastes ao poder da morte. (...) Oferecestes muitas vezes aliança aos homens e às mulheres.
§70 Para além do testemunho que Deus dá de si mesmo nas coisas criadas, ele manifestou-se pessoalmente aos nossos primeiros pais. Falou-lhes e, depois da queda, prometeu-lhes a salvação e ofereceu-lhes sua aliança.
§410 "Não o abandonaste ao poder da morte"
Depois da queda, o homem não foi abandonado por Deus. Ao contrário, Deus o chama e lhe anuncia de modo misterioso a vitória sobre o mal e o soerguimento da queda. Esta passagem do Gênesis foi chamada de "proto-evangelho", por ser o primeiro anúncio do Messias redentor, a do combate entre a serpente e a Mulher e a vitória final de um descendente desta última.
Q.2.4 Narração da queda do homem no Gênesis
§289 Entre todas as palavras da Sagrada Escritura sobre a criação, os três primeiros capítulos do Gênesis ocupam um lugar único. Do ponto de vista literário, esses textos podem ter diversas fontes. Os autores inspirados puseram-nos no começo da Escritura, de sorte que eles exprimem, em sua linguagem solene, as verdades da criação, da origem e do fim desta em Deus, de sua ordem e de sua bondade, da vocação do homem e finalmente do drama do pecado e da esperança da salvação. Lidas à luz de Cristo, na unidade da Sagrada Escritura e na Tradição viva da Igreja, essas palavras são a fonte principal para a catequese dos Mistérios "princípio": criação, queda, promessa da salvação.
§390 O relato da queda (Gn 3) utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do homem. A Revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido livremente por nossos primeiros pais.
Q.3 QUERIGMA vide
Anúncio.Q.4 QUESTÕES
Q.4.1 Resposta às questões principais dos homens
§68 Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem. Traz assim uma resposta definitiva e superabundante às questões que o homem se faz acerca do sentido e do objetivo de sua vida.
§282 A catequese sobre a criação
A catequese sobre a criação se reveste de uma importância capital. Ela diz respeito aos próprios fundamentos da vida humana e cristã, pois explicita a resposta da fé cristã à pergunta elementar feita pelos homens de todas as épocas: "De onde viemos?" "Para onde vamos?" "Qual é a nossa origem?" "Qual é o nosso fim?" "De onde vem e para onde vai tudo o que existe?" As duas questões, a da origem e a do fim, são inseparáveis. São decisivas para o sentido e a orientação de nossa vida e de nosso agir.
§1676 Há necessidade de um discernimento pastoral para sustentar e apoiar a religiosidade popular e, se for o caso, para purificar e retificar o sentido religioso que embasa essas devoções e para fazê-las progredir no conhecimento do mistério de Cristo (cf. CT 54). Sua prática está sujeita ao cuidado e julgamento dos bispos e às normas gerais da Igreja.
A religiosidade do povo, em seu núcleo, é um acervo de valores que responde com sabedoria cristã às grandes incógnitas da existência. A sabedoria popular católica tem uma capacidade de síntese vital; engloba criativamente o divino e o humano, Cristo é Maria, espírito e corpo, comunhão e instituição, pessoa e comunidade, fé e pátria, inteligência e afeto. Esta sabedoria é um humanismo cristão que afirma radicalmente a dignidade de toda pessoa como filho de Deus, estabelece uma fraternidade fundamental, ensina a encontrar a natureza e a compreender o trabalho e proporciona as razões para a alegria e o humor, mesmo em meio a uma vida muito dura. Essa sabedoria é também para o povo um princípio de discernimento, um instinto evangélico pelo qual capta espontaneamente quando se serve na Igreja ao Evangelho e quando ele é esvaziado e asfixiado com outros interesses.
R.1 RAÇA
R.1.1 Discriminação pela raça
§1935 A igualdade entre os homens diz respeito essencialmente à sua dignidade pessoal e aos direitos que daí decorrem.
Qualquer forma de discriminação nos direitos fundamentais da pessoa, seja (essa discriminação) social ou cultural, ou que se fundamente no sexo, na raça, na cor, na condição social, na língua ou na religião deve ser superada e eliminada, porque contrária ao plano de Deus.
R.1.2 Idolatria da raça
§2113 A idolatria não diz respeito somente aos falsos cultos do paganismo. Ela é uma tentação constante da fé. Consiste em divinizar o que não é Deus. Existe idolatria quando o homem presta honra e veneração a uma criatura em lugar de Deus, quer se trate de deuses ou de demônios (por exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da raça, dos antepassados, do Estado, do dinheiro etc. "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro", diz Jesus (Mt 6,24). Numerosos mártires morreram por não adorar "a Besta", recusando-se até a simular seu culto. A idolatria nega o senhorio exclusivo de Deus; é, portanto, incompatível com a comunhão divina.
R.3 REALEZA (POVO RÉGIO)
§786 O Povo de Deus participa finalmente da função régia de Cristo. Cristo exerce sua realeza atraindo para si todos os homens por sua morte e Ressurreição. Cristo, Rei e Senhor do universo, se fez servidor de todos, não veio "para ser servido, mas para servir e para dar sua vida em resgate por muitos" (Mt 20,28). Para o cristão, "reinar é servir"; particularmente "nos pobres e nos sofredores, nos quais a Igreja reconhece a imagem de seu Fundador pobre e sofredor". O povo de Deus realiza sua "dignidade régia" vivendo em conformidade com esta vocação de servir com Cristo.
Todos os que renasceram em Cristo obtiveram, pelo sinal da cruz, a dignidade real e, pela unção do Espírito Santo, receberam a consagração sacerdotal. Por isso, não obstante o serviço especial do nosso ministério, todos os cristãos foram revestidos de um carisma espiritual que os torna membros desta família de reis e deste povo de sacerdotes. Não será, na verdade, função régia o fato de uma alma, submetida a Deus, governar seu corpo? E não será função sacerdotal consagrar ao Senhor uma consciência pura e oferecer no altar do coração a hóstia imaculada de nossa piedade?
§2105 O dever de prestar a Deus um culto autêntico diz respeito ao homem individual e socialmente. Esta é "a doutrina católica tradicional sobre o dever moral dos homens e das sociedades em relação à verdadeira religião e à única Igreja de Cristo". Evangelizando sem cessar os homens, a Igreja trabalha para que estes possam "penetrar de espírito cristão as mentalidades e os costumes, as leis e as estruturas da comunidade em que vivem". O dever social dos cristãos é respeitar e despertar em cada homem o amor da verdade e do bem. Exige que levem a conhecer o culto da única religião verdadeira, que subsiste na Igreja católica e apostólica. Os cristãos são chamados a ser a luz do mundo. Assim, a Igreja manifesta a realeza de Cristo sobre toda a criação e particularmente sobre as sociedades humanas.
R.5 REBANHO
R.5.1 Igreja como rebanho
§754 "Com efeito, a Igreja é o redil, do qual Cristo é: a única e necessária porta. Ela é também a grei, da qual o próprio Deus prenunciou que seria o pastor. Suas ovelhas, embora governadas por pastores humanos, são, contudo, incessantemente conduzidas e alimentadas pelo próprio Cristo, Bom Pastor e Príncipe dos pastores, que deu sua vida por suas ovelhas".
§764 "Este Reino manifesta-se lucidamente aos homens na palavra, nas obras e na presença de Cristo." Acolher a palavra de Jesus é "acolher o próprio Reino". O germe e o começo do Reino são o "pequeno rebanho" (Lc 12,32) dos que Jesus veio convocar em torno de si, dos quais ele mesmo é o pastor". Eles constituem a verdadeira família de Jesus. Aos que assim reuniu em torno dele, ensinou uma "maneira de agir" nova e também uma oração própria.
R.5.2 Pastores do rebanho
§861 "Para que a missão a eles confiada fosse continuada após sua morte, confiaram a seus cooperadores imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os instituíra para apascentar a Igreja de Deus. Constituíram, pois, tais varões e administraram-lhes, depois, a ordenação a fim de que, quando eles morressem outros homens íntegros assumissem seu ministério."
§881 Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as chaves da mesma, instituiu-o pastor de todo o rebanho. Porém, o múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi dado ao colégio dos apóstolos, unido a seu chefe." Este oficio pastoral de Pedro e dos outros Apóstolos faz parte dos fundamentos da Igreja e é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa.
§893 O Bispo tem, também, "a responsabilidade de ministrar a graça do sacerdócio supremo" em particular na Eucaristia, que ele mesmo oferece ou da qual garante a oblação pelos presbíteros, seus cooperadores. Pois a Eucaristia é o centro da vida da Igreja particular. O Bispo e os presbíteros santificam a Igreja por sua oração e seu trabalho, pelo ministério da palavra e dos sacramentos. Santificam-na por seu exemplo, "não agindo como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes, como modelos do rebanho" (1 Pd 5,3). É assim que "chegam, com o rebanho que lhes está confiado, à vida eterna".
§1548 "IN PERSONA CHRISTI CAPITIS" (NA PESSOA DE CRISTO CABEÇA...) No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente á sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age "in persona Christi Capitis" (na pessoa de Cristo Cabeça):
Na verdade, o ministro faz as vezes do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa ("virtute ac persona ipsius Christi").
"Cristo é a origem de todo sacerdócio: pois o sacerdote da [Antiga Lei era figura dele, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa."
§1575 Quem pode conferir este sacramento? Foi Cristo quem escolheu os apóstolos, fazendo-os participar de sua missão e autoridade. Elevado à direita do Pai, Ele não abandonou seu rebanho, mas guarda-o por meio dos Apóstolos, sob sua constante proteção, e o dirige ainda pelos mesmos pastores que continuam até hoje sua obra. Portanto, é Cristo "que concede" a uns serem apóstolos, a outros pastores. Ele continua agindo por intermédio dos Bispos.
§1586 No caso do Bispo, trata-se de uma graça de força ("O Espírito que constitui chefes": Oração de consagração do Bispo do rito latino): a graça de guiar e de defender com força e prudência sua Igreja como pai e pastor, com um amor gratuito por todos e uma predileção pelos pobres, doentes e necessitados. Esta graça o impele a anunciar o Evangelho a todos, a ser o modelo de seu rebanho, a precedê-lo no caminhada santificação, identificando-se na Eucaristia com Cristo sacerdote e vítima, sem medo de entregar a vida por suas ovelhas:
Pai, que conheceis os corações, concedei a vosso servo que escolhestes para o episcopado apascentar vosso santo rebanho e exercer irrepreensivelmente diante de vós o sumo sacerdócio, servindo-vos noite e dia; que ele tome incessantemente propício vosso olhar e ofereça os dons de vossa santa Igreja; que, em virtude do espírito do sumo sacerdócio, tenha o poder de perdoar os pecados segundo o vosso mandamento, distribua os cargos conforme vossa ordem e se desligue de todo vinculo em virtude do poder que destes aos apóstolos; que ele vos seja agradável por sua doçura e seu coração puro, oferecendo-vos um perfume agradável, por intermédio de vosso Filho, Jesus Cristo...
R.6 RECAPITULAÇÃO
§518 Toda a vida de Cristo é mistério de Recapitulação. Tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha por meta restabelecer o homem caído em sua vocação primeira:
Quando ele se encarnou e se fez homem, recapitulou em si mesmo a longa história dos homens e, em resumo, nos proporcionou a salvação, de sorte que aquilo que havíamos perdido em Adão, isto é, sermos à imagem e à semelhança de Deus, o recuperamos em Cristo Jesus. É, aliás, por isso que Cristo passou por todas as idades da vida, restituindo com isto a os homens a comunhão com Deus
§668 CRISTO JÁ REINA PELA IGREJA...
"Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos" (Rm 14,9). A Ascensão de Cristo ao Céu significa sua participação, em sua humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: possui todo poder nos céus e na terra. Está "acima de toda autoridade, poder, potentado e soberania", pois o Pai "tudo submeteu a seus pés (Ef 1,20-22). Cristo é o Senhor do cosmo e da história. Nele, a história do homem e mesmo toda a criação encontram sua "recapitulação"' sua consumação transcendente.
§2854 Ao pedir que nos livre do Maligno, pedimos igualmente que sejamos libertados de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador. Neste última pedido, a Igreja traz toda a miséria do mundo diante do Pai. Com a libertação dos males que oprimem a humanidade, ela implora o dom precioso da paz e a graça de esperar perseverantemente o retorno de Cristo. Rezando dessa forma, ela antecipa, na humildade da fé, a recapitulação de todos e de tudo naquele que "detém as chaves da Morte e do Hades" (Ap 1,18), "o Todo-Poderoso, Aquele que é, Aquele que era Aquele que vem" (Ap 1,8):
Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados por vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador.
§690 Jesus é Cristo, "ungido", porque o Espírito é a unção dele, e tudo o que advém a partir da Encarnação decorre desta plenitude. Quando finalmente Cristo é glorificado, pode, por sua vez, de junto do Pai, enviar o Espírito aos que crêem nele: comunica-lhes sua glória, isto é, o Espírito Santo que o glorifica. A missão conjunta se desdobrar então nos filhos adotados pelo Pai no Corpo de seu Filho: a missão do Espírito de adoção será uni-los a Cristo e fazê-los viver nele:
A noção da unção sugere... que não existe nenhuma distância entre o Filho e o Espírito. Com efeito, da mesma forma que entre a superfície do corpo e a unção do óleo nem a razão nem os sentidos conhecem nenhum intermediário, assim é imediato o contato do Filho com o Espírito, tanto que, para aquele que vai tomar contato com o Filho pela fé é necessário encontrar primeiro o óleo pelo contato. Com efeito não há nenhuma parte que esteja privada do Espírito Santo Por isso a confissão do Senhorio do Filho se faz no Espírito Santo para os que a recebem, vindo o Espírito de todas as partes precedendo os que se aproximam pela fé.
§1020 O cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao seu encontro e uma entrada na Vida Eterna. Depois de a Igreja, pela última vez, pronunciar as palavras de perdão da absolvição de Cristo sobre o cristão moribundo, selá-lo pela última vez com uma unção fortificadora e dar-lhe o Cristo no viático como alimento para a Viagem, diz-lhe com doce segurança estas palavras:
Deixa este mundo, alma cristã, em nome do Pai Todo-Poderoso que te criou, em nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, que sofreu por ti, em nome do Espírito Santo que foi derramado em ti. Toma teu lugar hoje na paz e fixa tua morada com Deus na santa Sião, com a Virgem Maria, a Mãe de Deus, com São José, os anjos e todos os santos de Deus. (...) Volta para junto de teu Criador, que te formou do pó da terra. Que na hora em que tua alma sair de teu corpo se apressem a teu encontro Maria, os anjos e todos os santos. (...) Que possas ver teu Redentor face a face (...).
R.8 RECONCILIAÇÃO vide
Penitência e Reconciliação.R.10 REDENTOR vide
Jesus Cristo.R.11 REFLEXÃO vide também
MeditaçãoR.11.1 Importância da reflexão pessoal
§1779 É importante que cada qual esteja bastante presente a si mesmo para ouvir e seguir a voz de sua consciência. Esta exigência de interioridade é muito necessária, pelo fato de a vida nos deixar freqüentemente em situações que nos afastam:
Volta à tua consciência, interroga-a... Voltai, irmãos, ao interior e em tudo o que fizerdes atentai para a testemunha, Deus.
R.11.2 Reflexão Orante
§2708 A meditação mobiliza o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Essa mobilização é necessária para aprofundar as convicções de fé, suscitar a conversão do coração e fortificar a vontade de seguir a Cristo. A oração cristã procura meditar de preferência "os mistérios de Cristo", como na "lectio (leitura) divina" ou no Rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve procurar ir mais longe: ao conhecimento de amor do Senhor Jesus, à união com Ele.
R.12 REFORMA
§406 A doutrina da Igreja sobre a transmissão do pecado original adquiriu precisão sobretudo no século V, em especial sob o impulso da reflexão de Santo Agostinho contra o pelagianismo, e no século XVI, em oposição à Reforma protestante. Pelágio sustentava que o homem podia, pela força natural de sua vontade livre, sem a ajuda necessária da graça de Deus, levar uma vida moralmente boa; limitava assim a influência da falta de Adão à de um mau exemplo. Os primeiros Reformadores protestantes, ao contrário, ensinavam que o homem estava radicalmente pervertido e sua liberdade anulada pelo pecado original: identificavam o pecado herdado por cada homem com a tendência ao mal ("concupiscentia"), que seria insuperável. A Igreja pronunciou-se especialmente sobre o sentido do dado revelado no tocante ao pecado original no segundo Concílio de Oranges, em 529, e no Concílio de Trento em 1546.
§1400 As comunidades eclesiais oriundas da Reforma, separadas da Igreja católica, "em razão sobretudo da ausência do sacramento da ordem, não conservaram a substância própria e integral do mistério eucarístico". Por este motivo a intercomunhão eucarística com essas comunidades não é possível para a Igreja católica. Todavia, essas comunidades eclesiais, "quando fazem memória, na Santa ceia, da morte e da ressurreição do Senhor, professam que a vida consiste na comunhão com Cristo e esperam sua volta gloriosa".
R.13 REGENERAÇÃO (CRISTÃ)
R.13.1 Batismo sacramento da regeneração pela água
§1213 O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito ("vitae spiritualis janua") e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-os membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: "Baptismus está sacramentum regenerationis per aquam in verbo O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra"
§1215 Este sacramento é também chamado "o banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo" (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual "ninguém pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5).
R.13.2 Efeito da regeneração
§784 Ao entrar no Povo de Deus pela fé e pelo Batismo, recebe-se participação na vocação única deste povo, em sua vocação sacerdotal: "Cristo Senhor, Pontífice tomado dentre os homens, fez do novo povo 'um reino e sacerdotes para Deus Pai'. Pois os batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados para ser uma morada espiritual e sacerdócio santo.
§872 "Entre todos os fiéis de Cristo, por sua regeneração em Cristo, vigora, no que se refere à dignidade e à atividade, uma verdadeira igualdade, pela qual todos, segundo a condição e os múnus próprios de cada um, cooperam na construção do Corpo de Cristo."
§1262 A graça do Batismo Os diferentes efeitos do Batismo são significados pelos elementos sensíveis do rito sacramental. O mergulho na água faz apelo ao simbolismo da morte e da purificação, mas também da regeneração e da renovação. Os dois efeitos principais são, pois, a purificação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo.
R.15 REGULAÇÃO DE NASCIMENTOS
§2368 Um aspecto particular desta responsabilidade diz respeito à regulação da procriação. Por razões justas, os esposos podem querer espaçar os nascimentos de seus filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo, mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso, regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral.
A moralidade da maneira de agir, quando se trata de harmonizar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, não depende apenas da intenção sincera e da reta apreciação dos motivos, mas deve ser determinada segundo critérios objetivos tirados da natureza da pessoa e de seus atos, critérios esses que respeitam o sentido integral da doação mútua e da procriação humana no contexto do verdadeiro amor. Tudo isso é impossível se a virtude da castidade conjugal não for cultivada com sinceridade.
§2370 A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má "toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação"
"À linguagem nativa que exprime a recíproca doação total dos cônjuges a contracepção impõe uma linguagem objetivamente contraditória, a do não se doar ao outro. Deriva daqui não somente a recusa positiva de abertura à vida, mas também uma falsificação da verdade interior do amor conjugal, chamado a doar-se na totalidade pessoal." Esta diferença antropológica e moral entre a contracepção e o recurso aos ritmos periódicos "envolve duas concepções da pessoa e da sexualidade humana irredutíveis entre si".
§2372 O Estado é responsável pelo bem-estar dos cidadãos. Por isso, é legítimo que ele intervenha para orientar a demografia da população. Pode fazer isso mediante uma informação objetiva e respeitosa, mas nunca por via autoritária e por coação. O Estado não pode legitimamente substituir a iniciativa dos esposos, primeiros responsáveis pela procriação e educação de seus filhos. O Estado não está autorizado a intervir neste campo, com meios contrários à lei moral.
§2399 A regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização direta ou a contracepção).
R.16 REINCARNAÇÃO
§1013 A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe "reencarnação" depois da morte.
R.18 REINO DE SATANÁS vide também
Demônio.§550 O advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: "Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós" (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus libertam homens do domínio dos demônios. Antecipam a grande vitória de Jesus sobre "o príncipe deste mundo". E pela Cruz de Cristo que o Reino de Deus ser definitivamente estabelecido: "Regnavit a ligno Deus - Deus reinou do alto do madeiro".
R.19 RELAÇÕES cf.
Homem e Sociedade.R.21 RELIGIOSIDADE POPULAR
§1674 A RELIGIOSIDADE POPULAR Além da liturgia sacramental e dos sacramentais, a catequese tem de levar em conta as formas da piedade dos fiéis e da religiosidade popular. O senso religioso do povo cristão encontrou, em todas as épocas, sua expressão em formas diversas de piedade que circundam a vida sacramental da Igreja, como a veneração de relíquias, visitas a santuários, peregrinações, procissões, via-sacra, danças religiosas, o rosário, as medalhas etc.
§1675 Estas expressões prolongam a vida litúrgica da Igreja, mas não a substituem: "Considerando os tempos litúrgicos, estes exercícios devem ser organizados de tal maneira que condigam com a sagrada liturgia, dela de alguma forma derivem, para ela encaminhem o povo, pois que ela, por sua natureza, em muito os supera".
R.22 RELIGIOSO(A) vide também Vida Consagrada e Religiosa
R.22.1 Estado da Vida Religiosa
§916 O estado da vida consagrada aparece, portanto, como uma das maneiras de conhecer uma consagração "mais íntima", que se radica no Batismo e se dedica totalmente a Deus. Na vida consagrada, os fiéis de Cristo se propõem, sob a moção do Espírito Santo, seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro.
§925 Nascida no Oriente nos primeiros séculos do cristianismo e vivida nos institutos canonicamente erigidos pela Igreja, a vida religiosa se distingue das outras modalidades de vida consagrada pelo aspecto cultual, pela profissão pública dos conselhos evangélicos, pela vida fraterna levada em comum, pelo testemunho da união de Cristo com a Igreja.
§926 A vida religiosa faz parte do mistério da Igreja. É um dom que a Igreja recebe de seu Senhor e que oferece como um estado de vida permanente ao fiel chamado por Deus na profissão dos conselhos. Assim, a Igreja pode ao mesmo tempo manifestar o Cristo e reconhecer-se como esposa do Salvador. A vida religiosa é convidada a significar, em suas variadas formas, a própria caridade de Deus, em linguagem de nossa época.
§927 Todos os religiosos, isentos ou não, são contados entre os cooperadores do Bispo diocesano em seu ministério pastoral. A implantação e a expansão missionária da Igreja exigiram a presença da vida religiosa sob todas as suas formas desde os inícios da evangelização. "A história atesta os grandes méritos das famílias religiosas na propagação da fé e na formação de novas Igrejas, desde as antigas instituições monásticas e as ordens medievais até as congregações modernas."
R.22.2 Famílias religiosas
§917 Disso resultou que, como numa árvore frondosa e admiravelmente variegada na seara do Senhor - e isto em virtude do germe divinamente plantado -, floresceram as diversas modalidades da vida solitária ou comum, assim como as várias famílias quais vão aumentando tanto para proveito dos próprios membros quanto para o bem de todo o Corpo de Cristo."
§918 "Desde os primórdios da Igreja existiram homens e mulheres que se propuseram, pela prática dos conselhos evangélicos, seguir a Cristo com maior liberdade e imitá-lo mais de perto, e levaram, cada qual a seu modo, uma vida consagrada a Deus. Dentre eles, muitos, por inspiração do Espírito Santo, ou passaram a vida na solidão ou fundaram famílias religiosas, que a Igreja, de boa vontade, recebeu e aprovou com sua autoridade."
§927 Todos os religiosos, isentos ou não, são contados entre os cooperadores do Bispo diocesano em seu ministério pastoral. A implantação e a expansão missionária da Igreja exigiram a presença da vida religiosa sob todas as suas formas desde os inícios da evangelização. "A história atesta os grandes méritos das famílias religiosas na propagação da fé e na formação de novas Igrejas, desde as antigas instituições monásticas e as ordens medievais até as congregações modernas."
R.22.3 Testemunho dos religiosos
§933 Seja este testemunho público, como no estado religioso, ou mais discreto, ou até secreto, o advento de Cristo permanece para todos os consagrados a origem e a orientação de sua vida: Como o povo de Deus não possui aqui na terra morada permanente, o estado religioso manifesta já aqui neste mundo a todos os crentes a presença dos bens celestes, dá testemunho da vida nova e eterna adquirida pela redenção de Cristo, prenuncia a, ressurreição futura e a glória do Reino celeste.
R.24 RENOVAÇÃO
R.24.1 Batismo "banho da regeneração e da renovação do Espírito Santo"
§1215 Este sacramento é também chamado "o banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo" (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual "ninguém pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5).
R.24.3 Renovação no final dos tempos
§670 Desde a Ascensão, o desígnio de Deus entrou em sua consumação. Já estamos na "última hora" (1Jo 2,18)". "Portanto, a era final do mundo já chegou para nós, e a renovação do mundo está irrevogavelmente realizada e, de certo modo, já está antecipada nesta terra. Pois já na terra a Igreja se reveste de verdadeira santidade, embora imperfeita." O Reino de Cristo já manifesta sua presença pelos sinais milagrosos que acompanham seu anúncio pela Igreja".
§821 Para responder adequadamente a este apelo, exigem-se:
uma renovação permanente da Igreja em uma fidelidade maior à sua vocação. Esta renovação é a mola do movimento rumo à unidade.
a conversão do coração, "com vistas a viver mais puramente segundo o Evangelho", pois e a infidelidade dos membros ao dom de Cristo que causa as divisões;
a oração em comum, pois "a conversão do coração e a santidade de vida, juntamente com as preces particulares e públicas pela unidade dos cristãos, devem ser consideradas a alma de todo o movimento ecumênico e, com razão, podem ser chamadas de ecumenismo espiritual";
conhecimento fraterno recíproco, a formação ecumênica dos fiéis e especialmente dos presbíteros;
diálogo entre os teólogos e os encontros entre os cristãos diferentes Igrejas e comunidades;
a colaboração entre cristãos nos diversos campos do serviço aos homens.
§827 "Mas enquanto Cristo, 'santo, inocente, imaculado', não conheceu o pecado, mas veio apenas para expiar os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação." Todos os membros da Igreja, inclusive seus ministros, devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o joio do pecado continua ainda mesclado ao trigo do Evangelho até o fim dos tempos. A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação.
A Igreja é santa, mesmo tendo pecadores em seu seio, pois não possui outra vida senão a da graça: é vivendo de sua vida que seus membros se santificam; é subtraindo-se à vida dela que caem pecados e nas desordens que impedem a irradiação da santidade dela. É por isso que ela sofre e faz penitência por essas faltas das quais tem o poder de curar seus filhos, pelo sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo
§1428 Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a soar na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que "reúne em seu próprio seio os pecadores" e que "e ao mesmo tempo santa e sempre, na necessidade de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação". Este esforço de conversão não é apenas uma obra humana. E o movimento do "coração contrito" atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus que nos amou primeiro.
R.24.2 Renovação da Igreja
§1043 Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de "céus novos e terra nova" (2Pd 3,13). Ser a realização definitiva do projeto de Deus de "reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra" (Ef 1,10).
R.24.4 Santos fonte e origem de renovação
§828 Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solene que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja." Com efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu elã missionário".
R.25 RENÚNCIA ÀS RIQUEZAS
§2544 A pobreza de oração Jesus ordena a seus discípulos que O prefiram a tudo e dos e lhes propõe que "renunciem a todos os bens" por causa dele e do Evangelho. Pouco antes de sua paixão, deu-lhes como exemplo a pobre viúva de Jerusalém que, de sua indigência, deu tudo o que possuía para viver. O preceito do desprendimento das riquezas é obrigatório para se entrar no Reino dos céus.
§2556 O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados os pobres de coração."
R.26 REPARAÇÃO
R.26.1 Cristo repara a desobediência de Adão e os nossos pecados
§411 A tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do "novo Adão", que, por sua "obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara com superabundância a desobediência de Adão. De resto, numerosos Padres e Doutores da Igreja vêem na mulher anunciada no "proto-evangelho" a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado.
§
615 Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos" (Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus realizou a substituição do Servo Sofredor que "oferece sua vida em sacrifício expiatório", "quando carregava o pecado das multidões", "que ele justifica levando sobre si o pecado de muitos". Jesus prestou reparação por nossas faltas e satisfez o Pai por nossos pecados.R.26.2 Dever de reparação
§2487 Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se toma impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência.
R.26.3 Eucaristia oblação em reparação dos pecados
§1414 Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais.
R.26.4 Reparação da injustiça
§2412 Em virtude da justiça comutativa, a reparação da injustiça cometida exige a restituição do bem furtado a seu proprietário:
Jesus abençoa Zaqueu por causa de seu compromisso: "Se defraudei a alguém, restituo-lhe o quádruplo" (Lc 19,8). Aqueles que, de maneira direta ou indireta, se apossaram de um bem alheio têm obrigação de o restituir ou de devolver o equivalente em natureza ou em espécie, se a coisa desapareceu, bem como os frutos e lucros que seu proprietário legitimamente teria auferido. São igualmente obrigados a restituir, proporcionalmente à sua responsabilidade e ao benefício auferido, todos os que participaram de alguma maneira do roubo, ou tiraram proveito dele com conhecimento de causa, como, por exemplo, Os mandantes, os que ajudaram ou encobriram o roubo.
§2454 Toda forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado.
R.26.5 Reparação das culpas contra a verdade
§2509 Toda falta cometida contra a verdade exige reparação.
R.27 REPOUSO
R.27.1 Repouso do sábado no Decálogo
§582 Indo mais longe, Jesus cumpre a Lei a respeito da pureza dos alimentos, tão importante na vida diária judaica, revelando o sentido "pedagógico" dela por uma interpretação divina: "Tudo o que de fora, entrando no homem, não pode torná-lo impuro..." assim declarava puros todos os alimentos. "O que sai do homem, é isto que o torna impuro. Pois é de dentro, do coração dos homens, que as intenções malignas" (Mc 7,18-21). Ao dar com autoridade divina a interpretação definitiva da Lei, Jesus acabou confrontando-se com certos doutores da Lei que não aceitavam a interpretação da Lei dada por Jesus, apesar de garantida pelos sinais divinos que a acompanhavam. Isto vale particularmente para a questão do sábado: Jesus lembra, muitas vezes com argumentos rabínicos, que o descanso do sábado não é lesado pelo serviço de Deus ou do próximo, executado por meio das curas operadas por Ele.
§2168 O TERCEIRO MANDAMENTO
Lembra-te do dia do sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias e farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nenhum trabalho (Ex 20,8-l0). O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado, de modo que o Filho do Homem é senhor até do sábado (Mc 2,27-28).
O dia do Sábado
O terceiro mandamento do Decálogo lembra a santidade do sábado: "O sétimo dia é sábado; repouso absoluto em honra do Senhor" (Ex 31,15).
§2169 A propósito dele, a Escritura faz memória da criação: "Porque em seis dias o Senhor fez o céu e a terra, o mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo dia. Por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou" (Ex 20,11).
§2170 No dia do Senhor, a Escritura revela ainda um memorial da libertação de Israel da escravidão do Egito: "Recorda que foste escravo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te fez sair de lá com a mão forte e o braço estendido. E por isso que o Senhor teu Deus te ordenou guardar o dia de sábado" (Dt 5,15).
§2171 Deus confiou o sábado a Israel, para que ele pudesse guardá-lo em sinal da aliança inquebrantável. O sábado é, para o Senhor, santamente reservado ao louvor de Deus, de sua obra de criação e de suas ações salvíficas em favor de Israel.
§2172 O agir de Deus é o modelo do agir humano. Se Deus "retomou o fôlego" no sétimo dia (Ex 31,17), também o homem deve "folgar" e deixar que os outros, sobretudo os pobres, "retomem fôlego". O sábado faz cessar os trabalhos cotidianos e concede uma pausa. E um dia de protesto contra as escravidões do trabalho e o culto do dinheiro
§2173 O Evangelho relata numerosos incidentes em que Jesus é acusado de violar a lei do sábado. Mas Jesus nunca profana a santidade desse dia. Dá-nos com autoridade sua autêntica interpretação: "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado" (Mc 2,27). Movido por compaixão, Cristo se permite, no "dia de sábado, fazer o bem de preferência ao mal, salvar uma vida de preferência a matar. O sábado é o dia do Senhor das misericórdias e da honra de Deus. "O Filho do Homem é senhor até do sábado" (Mc 2,28).
§2189 "Guardarás o dia de sábado para santificá-lo" (Dt 5,12). "No sétimo dia se fará repouso absoluto em honra do Senhor" (Ex 31,15).
R.27.2 Repouso dominical
§2184 DIA DE GRAÇA E DE INTERRUPÇÃO DO TRABALHO Como Deus "descansou no sétimo dia, depois de toda a obra que fizera" (Gn 2,2), a vida humana é ritmada pelo trabalho e pelo repouso. A instituição do dia do Senhor contribui para que todos desfrutem do tempo de repouso e de lazer suficiente que lhes permita cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa.
§2185 Durante o domingo e os outros dias de festa de preceito, os fiéis se absterão de se entregar aos trabalhos ou atividades que impedem o culto devido a Deus, a alegria própria ao dia do Senhor, a prática das obras de misericórdia e o descanso conveniente do espírito e do corpo. As necessidades familiares ou uma grande utilidade social são motivos legítimos para dispensa do preceito do repouso dominical. Os fiéis cuidarão para que dispensas legítimas não acabem introduzindo hábitos prejudiciais à religião, à vida familiar e à saúde.
O amor da verdade busca o santo ócio, a necessidade do amor acolhe o trabalho justo.
§2194 A instituição do domingo contribui para que "todos tenham tempo de repouso e
R.30 RESSURREIÇÃO DE CRISTO vide
Jesus Cristo.R.32 RETRIBUIÇÃO DIVINA (ETERNA)
§1021 A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão assim como outros textos do Novo Testamento, falam de um destino último da alma pode ser diferente para uns e outros.
§1022 Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre.
No entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor.
§2016 Os filhos da Santa Igreja, nossa Mãe, esperam justamente a graça da perseverança final e a recompensa de Deus, seu Pai pelas boas obras realizadas com sua graça, em comunhão com Jesus. Observando a mesma regra de vida, os fiéis cristãos partilham "a feliz esperança" daqueles que a misericórdia divina reúne na "Cidade santa, uma Jerusalém nova que desce do céu de junto de Deus, preparada como uma esposa" (Ap 21,2).
R.34 RIQUEZAS
R.34.1 Amor dos pobres e amor das riquezas
§2445 O amor aos pobres é incompatível com o amor imoderado das riquezas ou o uso egoísta delas:
Pois bem, agora vós, ricos, chorai e gemei por causa das desgraças que estão para vos sobrevir. Vossa riqueza apodreceu e vossas vestes estão carcomidas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e sua ferrugem testemunhará contra vós e devorará vossas carnes. Entesourastes como que um fogo nos tempos do fim! Lembrai-vos de que o salário, do qual privastes os trabalhadores que ceifaram vossos campos, clama, e os gritos dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Viveste faustosamente na terra e vos regalastes; vós vos saciastes no dia matança. Condenastes o justo e o pusestes à morte: ele não resiste (Tg 5,1-6).
R.34.2 Felicidade e riquezas
§1723 A prometida bem-aventurança nos coloca diante de escolhas morais decisivas. Convida-nos a purificar nosso coração de seus maus instintos e a procurar o amor de Deus acima de tudo. Ensina que a verdadeira felicidade não está nas riquezas ou no bem-estar, nem na glória humana ou no poder, nem em qualquer obra humana, por mais útil que seja, como as ciências, a técnica e as artes, nem em outra criatura qualquer, mas apenas em Deus, fonte de todo bem e de todo amor.
A riqueza é o grande deus atual; a ela prestam homenagem instintiva a multidão e toda a massa dos homens. Medem a felicidade pelo tamanho da fortuna e, segundo a. fortuna, medem também a honradez... Tudo isto provém da convicção de que, tendo riqueza, tudo se consegue. A riqueza é, pois, um dos ídolos atuais, da mesma forma que a fama... A fama, o fato de alguém ser conhecido e fazer estardalhaço na sociedade (o que poderíamos chamar de notoriedade da imprensa), chegou a ser considerada um bem em si mesma, um sumo bem, um objeto, também ela, de verdadeira veneração.
R.34.3 Liberdade do coração diante das riquezas necessária para entrar no Reino
§2554 O batizado combate a inveja pela benevolência, pela humildade e pelo abandono nas mãos da Providência divina.
§2556 O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados os pobres de coração."
R.34.4 Paixão desordenada pelas riquezas
§2536 O décimo mandamento proíbe a avidez e o desejo de uma apropriação desmedida dos bens terrenos; proíbe a cupidez desmedida nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. Proíbe ainda o desejo de cometer uma injustiça pela qual se prejudicaria o próximo em seus bens temporais:
Quando a Lei nos diz: "Não cobiçarás", ordena-nos, em outros termos, que afastemos nossos desejos de tudo aquilo que não nos pertence. Pois a sede dos bens do próximo é imensa, infinita e nunca saciada, como está escrito: "Quem ama o dinheiro nunca se de dinheiro" (Ecl 5,9).
R.35 RITO cf. Tradição e
LiturgiaR.35.1 Mudanças de Ritos
§1125 E por isso que nenhum rito sacramental pode ser modificado ou manipulado ao arbítrio do ministro ou da comunidade. Nem mesmo a suprema autoridade da Igreja pode alterar a Liturgia ao seu arbítrio, mas somente na obediência da fé e no religioso respeito do Mistério da Liturgia.
R.35.2 Rito dos Sacramentos cf. Sacramento
§1131 Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacra- mentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições exigidas.
R.35.3 Rito funerário cf. Defuntos
R.35.4 Vários ritos na Igreja Universal
§1201 A riqueza insondável do mistério de Cristo é tal que nenhuma liturgia é capaz de esgotar sua expressão. A história do surgimento e do desenvolvimento desses ritos atesta uma complementaridade surpreendente. Quando as Igrejas viveram essas tradições litúrgicas em comunhão na fé e nos sacramentos da fé, enriqueceram-se mutuamente e cresceram na fidelidade à tradição e à missão comum à Igreja toda.
§1203 As tradições litúrgicas ou ritos atualmente em uso na Igreja são o rito latino (principalmente o rito romano, mas também os ritos de certas Igrejas locais como o rito ambrosiano, ou de certas ordens religiosas) e os ritos bizantinos, alexandrino ou copta, siríaco, armênio, maronita e caldeu. "Obedecendo fielmente à tradição, o sacrossanto Concílio declara que a santa mãe Igreja considera como iguais em direito e em dignidade todos os ritos legitimamente reconhecidos, e que no futuro quer conservá-los e favorecê-los de todas as formas."
§1208 As diversas tradições litúrgicas (ou ritos), legitimamente reconhecidas por significarem e comunicarem o mesmo mistério de Cristo, manifestam a catolicidade da Igreja.
R.36 ROSÁRIO
§971 "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc 1,48): "A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão". A Santíssima Virgem "é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito desde remotíssimos tempos, a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades (...) Este culto (...) embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encanado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas o favorece poderosamente"; este culto encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, "resumo de todo o Evangelho".
§2678 A piedade medieval do Ocidente desenvolveu a oração do Rosário como alternativa popular à Oração das Horas. No Oriente, a forma litânica da oração "Acatisto" e da Paráclise ficou mais próxima do ofício coral nas Igrejas bizantinas, ao passo que as tradições armênia, copta e siríaca preferiram os hinos e os cânticos populares à Mãe de Deus. Mas na Ave-Maria, nos "theotokia", nos hinos de Sto. Efrém ou de S. Gregório de Narek, a tradição da oração é fundamentalmente a mesma.
§2708 A meditação mobiliza o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Essa mobilização é necessária para aprofundar as convicções de fé, suscitar a conversão do coração e fortificar a vontade de seguir a Cristo. A oração cristã procura meditar de preferência "os mistérios de Cristo", como na "lectio (leitura) divina" ou no Rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve procurar ir mais longe: ao conhecimento de amor do Senhor Jesus, à união com Ele.
Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos
Jesus Misericordioso, em terminando este trabalho, coloco-o em suas mãos para a sua glorificação, e todo o meu ser à sua disposição!